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S&P rebaixa rating da Azul (AZUL4) para calote após recuperação judicial nos EUA; Fitch acompanha

28 maio 2025, 19:17 - atualizado em 28 maio 2025, 20:29
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Na semana passada, a agência já havia rebaixado a companhia aérea (Imagem: Divulgação/ Azul)

A S&P rebaixou o rating da Azul (AZUL4) de CCC para D, o mais baixo e que, na prática, significa calote, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (28).

Junto com a S&P, a Fitch também rebaixou o rating de CCC para D.

Mais cedo, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos com dívidas de R$ 31 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), alta de 50,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo a S&P, o anúncio foi feito após a Azul registrar uma considerável queima de caixa durante o primeiro trimestre de 2025.

“Apesar do sólido desempenho operacional, a empresa ainda enfrenta um pesado endividamento, enquanto os pagamentos de arrendamento muito altos, as despesas financeiras, os investimentos”.

Na semana passada, a agência já havia rebaixado a companhia aérea para CCC.

Já a Fich lembra que as elevadas despesas de juros e aluguel da Azul, resultado de vários processos de reestruturação desde a epidemia de Covid, em meio a um cenário de juros altos no Brasil e volatilidade cambial, resultaram em uma recorrente queima de fluxo de caixa.

Recuperação judicial da Azul

A recuperação judicial já era especulada desde semana passada. O mecanismo também foi usado por outras companhias, como Gol e Latam. De acordo com a empresa, no entanto, seu caso é “diferente de qualquer outra reestruturação de companhias aéreas da região”, ou seja, da América Latina.

O motivo, segundo a Azul, é a entrada no processo com os acordos já firmados com diversos de seus parceiros. Conforme o comunicado divulgado ao mercado nesta quarta (28), a aérea iniciou um processo de reestruturação pré-acordada para viabilizar acordos que envolvem aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento DIP (debtor-in-possession).

O DIP é uma modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial, que visa fornecer os recursos financeiros necessários para que a empresa opere e atinja seu objetivo. No caso da Azul, a busca é pela redução da dívida e melhorar a estrutura financeira.

Os acordos incluem um compromisso de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento ao longo do processo e a eliminação de US$ 2 bilhões de dívida, além de até US$ 950 milhões em financiamento adicional garantido em equity na conclusão do processo.

A Azul aponta que esse compromisso de financiamento pagará parte da dívida existente e irá fornecer aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo para reforçar a liquidez durante e após o processo.

Na avaliação de Ricardo França, da Ágora Investimentos, a medida pode resolver os problemas de liquidez da Azul, mas a eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas provavelmente resultará em maior diluição do patrimônio líquido, o que tende a manter as ações pressionadas e em destaque entre os nomes de posições vendidas.

A ação fechou em queda de 3,74%, a R$ 1,03.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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