S&P corta perspectiva de rating do Brasil para “estável” por incertezas relacionadas ao Covid-19
A agência de classificação de risco Standard and Poor’s revisou para “estável”, de “positiva”, a perspectiva para o rating soberano do Brasil, citando os efeitos econômicos e fiscais da pandemia do coronavírus.
A S&P manteve a nota de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira em “BB-“.
Em entrevista recente à Reuters, a agência havia dito que estava avaliando a nota do país e que não necessariamente a deterioração do clima econômico significaria que as perspectivas positivas do Brasil seriam reduzidas.
A S&P calculou que o crescimento da economia será “severamente golpeado” pela crise do Covid-19 e calculou que o déficit fiscal do governo baterá os 12% do PIB em 2020, ante 6% em 2020.
A agência disse que a vulnerabilidade fiscal do Brasil impõe desafio ao governo de desenhar medidas para minimizar os efeitos da pandemia. A S&P afirmou ainda esperar queda na arrecadação devido à contração econômica.
Enquanto a S&P atribui nota “BB-” ao Brasil, a agência Moody’s classifica o país como “Ba2”, com perspectiva “estável”, e a Fitch dá ao país a nota “BB-“.
O “rating” por S&P e Fitch está três degraus abaixo do mínimo para grau de investimento (“BBB-” na escala de ambas). Pela Moody’s, o Brasil está dois graus aquém do piso de “Baa3”.
As três agências cortaram o Brasil para território especulativo entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016, no meio de um processo de forte aumento de dívida e de intensa deterioração nos ativos locais.