S&P 500: Prepare-se para uma correção de 10% até o meio do ano, alerta Wells Fargo
Quem investe em ações nos EUA deve se preparar para uma correção nos próximos meses, alertaram estrategistas do Wells Fargo, se juntando a um número crescente de instituições que esperam um ano mais volátil em Wall Street após a forte valorização das bolsas no ano passado.
“Episódios de recuo provavelmente serão mais frequentes nesse mercado acionário mais atribulado”, escreveram os estrategistas liderados por Christopher P. Harvey em nota distribuída a clientes. Eles preveem queda de 10% para o S&P 500 até o início do terceiro trimestre.
“A mentalidade de que o mercado ‘curva, mas não quebra’ finalmente vai falhar para os investidores em 2022.”
O índice acionário de referência dos EUA opera perto do recorde, após um salto de 27% no ano passado. Enquanto o banco central (Federal Reserve) se prepara para frear medidas de apoio e muitos especialistas temem que a recuperação econômica possa ter atingido o auge, instituições como o Goldman Sachs Group e o Investment Institute da BlackRock esperam retorno mais comedido este ano.
Já o JPMorgan Chase alertou esta semana que o mercado dos EUA “pode estagnar” se o desempenho superior das ações de tecnologia começar a esfriar.
“A combinação de desaceleração do crescimento, Fed agressivo, precificação no pico e entendimento de que o crescimento de longo prazo dos EUA não melhora estará por trás da compressão dos múltiplos e frustrará os otimistas”, escreveram os estrategistas do Wells Fargo em suas previsões para 2022.
“As margens vão atingir o ponto máximo conforme o poder de impor preços diminui, o mercado de trabalho favorece ainda mais o lado vendedor e a demanda do consumidor se normaliza.”
O lado bom dessa previsão desanimadora é que a queda das bolsas pode ter curta duração. O Wells Fargo prevê uma disparada do S&P 500 no final do ano, após eleições que entregarão o controle do Congresso americano ao Partido Republicano.
“Provavelmente haverá uma correção no mercado acionário dos EUA no primeiro semestre de 2022, mas espero uma recuperação relativamente rápida”, disse Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercado global da Invesco.
“Faz tanto tempo desde que tivemos uma correção considerável que as chances de isso ocorrer aumentaram.”