SouthRock, dona do Starbucks e Subway no Brasil, pede recuperação judicial; lojas estão na corda bamba?
A empresa de private equity SouthRock Capital, operadora das marcas Starbucks e Subway no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial ontem (31).
O documento elaborado pela TWK Advogados, no qual o Money Times teve acesso, tem 30 páginas e cita dívidas de R$ 1,8 bilhão.
Contudo, tal processo não cita o Subway. Ao Money Times, a SouthRock diz que a marca Subway não faz parte do pedido de recuperação judicial “por uma decisão de negócios, tomada em conjunto com os parceiros comerciais”.
O fundo de investimento focado no setor de alimentos e bebidas também é dono da operação do centro de gastronomia Eataly e do TGI Fridays no país.
A empresa, do investidor norte-americano Ken Pope, entrou com o pedido de RJ em São Paulo alegando que “é onde são realizadas as operações comerciais que geram a maior parte das receitas e onde estão situados os ativos mais relevantes”.
A SouthRock explica que solicitou a recuperação judicial para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio ao atual cenário econômico.
“Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”, reforça.
Dívida vem de ‘covid-19, juros altos e câmbio volátil’
A SouthRock justifica que chegou à crise financeira em razão da “volatilidade das taxas de juros e constantes variações cambiais” no país.
Além disso, a empresa cita a pandemia de covid-19 como consequência para o endividamento bilionário.
Segundo a operadora do Starbucks e do Subway, suas vendas caíram 95% em 2020, primeiro ano da pandemia. A empresa também cita grande inadimplência de parte de seus parceiros comerciais no período.
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Uso da marca Starbucks na corda bamba?
Na semana passada, a Starbucks Coffee International Inc. notificou a SouthRock com o pedido de rescisão imediata dos acordos de licença de uso da marca Starbucks no Brasil, segundo o processo judicial.
A empresa de private equity diz que recebeu a notificação “com absoluta surpresa”, uma vez que passou as últimas semanas tendo conversas com a companhia norte-americana.
A SouthRock alega que o faturamento bruto mensal do Starbucks no Brasil é de R$ 50 milhões, representando “relevantíssima” parcela do fluxo de caixa consolidado da operadora da marca.
Entretanto, mesmo com a dívida bilionária e o pedido de recuperação judicial, a SouthRock diz que mantém a operação da marca no país.
“Seguimos operando o Starbucks no Brasil e comprometidos em continuar trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros comerciais para desenvolver as marcas do seu portfólio no país. Alinhamentos sobre licenças fazem parte do processo de recuperação judicial e são realizados diretamente com esses parceiros”, diz a operadora ao Money Times.
O Starbucks tem 187 lojas do Brasil. Questionados se houve encerramento das atividades de algumas unidades, a SouthRock não respondeu.
Por sua vez, a marca TGI Fridays tem quatro unidades no país.
A atuação da dona do Subway no Brasil
- 2015: Nasce a SouthRock, com foco na gestão e operação de marcas de alimentos e bebidas no Brasil
- 2017: A Brazil Airport Restaurants, operadora multimarcas da empresa de private equity, abre as primeiras lojas em aeroportos
- 2018: SouthRock torna-se licenciada da rede de cafeterias Starbucks e da rede de lanchonetes TGI Fridays no Brasil
- 2019: Além de São Paulo e Rio de Janeiro, a empresa expande as operações das marcas e abre lojas em Minas Gerais, Santa Catarina, Brasília, Rio Grande do Sul e Paraná.
- 2022: SouthRock assume o Subway no Brasil e compra a operação do centro gastronômico italiano Eataly, na capital paulista
Leia na íntegra o pedido de recuperação judicial:
*matéria atualizada às 13h48