Sonho impossível? Privatização da Petrobras volta ao radar e ações sobem forte
Os papéis da Petrobras sobem forte na sessão desta segunda-feira (25), após o presidente Jair Bolsonaro declarar que a privatização da estatal voltou “ao radar”.
Os papéis preferenciais (PETR4) subiram 6,84%, a R$ 29,04, enquanto as ordinárias (PETR3) saltaram 6,13%, a R$ 29,61.
Além da notícia sobre a venda da companhia, a Petrobras anunciou novos reajustes dos combustíveis: a gasolina subirá 7,04% enquanto o diesel será reajustado em 9,15%.
Segundo o Credit Suisse, em rápido comentário enviado a clientes, a medida é positiva, pois reduz o desconto significativo na paridade de importação, “que em nossa opinião agora está em cerca de 11% ou para ambos os combustíveis”.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o reajuste não é suficiente para tirar o desconto do combustível.
“Estimamos que ainda exista espaço potencial de nova elevação de até 17% por parte da Petrobrás no curto prazo. Contudo, vale comentar que na semana passada, no auge da crise política que deteriorou ainda mais o câmbio, a defasagem chegou a se aproximar dos 30%”, afirma.
Privatizar ou não?
Essa é pelo menos a segunda vez que o presidente levanta a possibilidade de privatização da petroleira, um tema que estava nos planos do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas não tinha sido analisado por Bolsonaro até agora. O aumento dos combustíveis, no entanto, levou Bolsonaro a falar nesse assunto.
A Petrobras tem sido alvo de discussão política, à medida que os custos de energia ajudaram a levar a inflação ao consumidor no país a dois dígitos, prejudicando a popularidade de Bolsonaro antes da eleição presidencial do próximo ano.
Bolsonaro já se opôs anteriormente à privatização da Petrobras, por considerá-la uma empresa “estratégica” para os interesses nacionais do Brasil.
No entanto, mesmo com seu apoio, alguns participantes do mercado acreditam que um processo de privatização seria difícil, já que precisa haver mudança na legislação a ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Com Reuters