Sol é maior ameaça para futuro do comércio espacial
Na lista de coisas ruins que poderiam acontecer, uma intensa ejeção de plasma do sol não é uma preocupação cotidiana. Ficaria entre um clima irrevogavelmente quente e a falta de leite de soja na geladeira do escritório.
No entanto, a produção de nossa estrela desempenha um papel crítico no clima espacial, que traz implicações potencialmente importantes para satélites, telefones celulares, linhas aéreas e redes elétricas.
Em outras palavras, as bases da sociedade do século XXI. Em março de 1989, uma tempestade solar sobre a Terra atingiu a rede elétrica no Quebec, Canadá, fazendo com que a maior parte da província ficasse sem eletricidade e causando bilhões de dólares em danos.
Três décadas depois, uma explosão solar semelhante poderia causar muito mais danos. Em 2012, até o Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos chamou esse evento, se grave o bastante, de um de seus “cisnes negros”, juntamente com uma guerra nuclear, uma pandemia global, o colapso da União Europeia e o desmembramento dos EUA.
Programada para decolar no fim de semana passado de Cabo Canaveral, na Flórida, uma missão conjunta de US$ 1,5 bilhão da Agência Espacial Europeia e da NASA visa expandir nossa compreensão do sol em um momento crítico para a exploração e o comércio espacial.
A negociação segura do sistema solar – repleto de radiação e outras partículas altamente carregadas – é essencial para qualquer empreendimento humano de longa duração no espaço profundo.
Juntamente com a proteção de sistemas vulneráveis no solo, uma compreensão mais completa do clima espacial também pode permitir uma melhor proteção do fluxo de novos satélites (sem mencionar os 2 mil satélites operacionais já no espaço) nos céus noturnos.
A Escala de Tempestade Geomagnética da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica classifica esses eventos em uma escala de cinco níveis, com um G, ou tempestade extrema, tendo capacidade de causar “colapso ou apagões” na rede elétrica e afetar a navegação por satélite.
Para ter uma perspectiva de quão dispendiosas essas interrupções podem ser, o cálculo do custo econômico da falta de energia no nordeste dos EUA em agosto de 2003 (cortesia de um bug no software de uma concessionária) pode atingir US$ 10,3 bilhões, de acordo com a ICF Consulting Services.