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Sojicultores do Brasil recebem pagamento em troca de ‘serviços ambientais’

13 jul 2021, 17:35 - atualizado em 13 jul 2021, 17:35
Soja
Segundo os cientistas, os agricultores podem empregar técnicas regenerativas para ajudar a fixar o carbono no solo (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Sojicultores brasileiros estão sendo pagos para promover a agricultura sustentável, de acordo com os organizadores de uma nova iniciativa que envolve 55 produtores nos Estados do Maranhão e Mato Grosso, no coração agrícola do país.

O programa, que recompensa produtores por seus “serviços ambientais”, evidencia a crescente pressão sobre o agronegócio brasileiro, que precisa promover a transição para um modelo que elimine o desflorestamento da sua cadeia, neutralizando sua pegada de carbono no processo.

Ao fazer isso, o programa cria um incentivo financeiro para a proteção ambiental, endereçando uma reclamação comum dos agricultores brasileiros a de que não se beneficiam por adotar práticas favoráveis ao meio ambiente.

A iniciativa conta com o apoio da unidade de químicos do conglomerado japonês Sumitomo, que faz os pagamentos aos agricultores, e da Tropical Forest Alliance (TFA) responsável pela metodologia de avaliação dos serviços ambientais, que incluem o aumento da fixação de carbono no solo, a conservação de água e os cuidados com a biodiversidade nas propriedades.

Segundo os cientistas, os agricultores podem empregar técnicas regenerativas para ajudar a fixar o carbono no solo, incluindo o plantio de culturas ou utilização de coberturas de solo durante todo o ano, em conjunto com atividades agroflorestais que combinam pecuária, agricultura e o plantio de árvores.

Marcelo Habe, diretor de marketing da Sumitomo Chemical no Brasil, afirmou à Reuters que a iniciativa gerou uma redução “teórica” no desmatamento estimada em 4 mil hectares, com base em dados de um algoritmo.

Ele disse que a empresa reservou 55 mil dólares em recompensas a serem pagas a sojicultores elegíveis do Brasil em 2021.

Habe acrescentou que, no fim, os créditos de carbono acumulados pelos produtores brasileiros poderiam ser negociados com a própria Sumitomo, ajudando a empresa a atingir sua meta de zerar suas emissões líquidas de carbono dentro do prazo, que termina em 2050.

Os agricultores participantes do programa, incluindo alguns clientes da Sumitomo, cultivam soja em uma área estimada de 450 mil hectares no Maranhão e 19 mil hectares em Mato Grosso, segundo a empresa.