Soja tem 4º ganho anual em Chicago devido a preocupações com oferta
A soja negociada na bolsa de Chicago subiu nesta sexta-feira e registrou um forte aumento anual, em meio à demanda de exportação e à seca na Argentina, importante exportadora, mantendo o foco do mercado em questões sobre a oferta.
As preocupações com a seca na Argentina, o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, e a forte demanda de exportação impulsionaram os contratos futuros de farelo de soja da bolsa aos preços mais altos desde 31 de março. Também impulsionaram os contratos janeiro, março e maio para novas máximas de contrato na sexta-feira.
Na Argentina, traders acompanharam as previsões do tempo apontando para altas temperaturas e chuvas leves nos próximos dias, além de preocupações com atrasos no plantio.
A bolsa de cereais de Buenos Aires disse na quinta-feira que 500.000 hectares de terras podem não receber sementes na safra 2022/23, se o clima não se regularizar.
“É um verdadeiro rali de mercado climático”, disse Don Roose, presidente da corretora US Commodities, com sede em Iowa.
“Indo para o próximo ano, o clima ainda será o grande problema”, disse Roose. “A questão é se o atual ciclo de La Niña vai se transformar em um ciclo de El Niño, de modo que possamos ter chuvas mais normais na América do Sul e nos EUA, o que nos permitirá reconstruir os estoques dos EUA e do mundo.”
O trigo também se firmou na sexta-feira, em meio a preocupações com danos causados por tempestades de inverno às safras de trigo dos EUA, enquanto o milho desacelerou nas negociações técnicas.
Ao longo do ano, o trigo deve terminar quase estável. Os contratos futuros de trigo saltaram para uma máxima histórica em março, depois que a invasão russa da Ucrânia restringiu a oferta global.
Mas uma melhora no comércio do Mar Negro nos últimos meses, ajudada por um corredor marítimo da Ucrânia e uma safra recorde da Rússia, atenuou os temores de abastecimento causados pela invasão de seu vizinho por Moscou.
O milho terminou em queda de 1 centavo, fechando em 6,785 dólares o bushel. Encerrou o ano com alta de quase 14,4%, sustentado por questões sobre a Ucrânia e seca na Argentina.
A soja fechou o dia em alta de 7,5 centavos, a 15,24 dólares o bushel. No ano, a soja subiu quase 13,8% um quarto ganho anual consecutivo.
E o trigo subiu 18 centavos na sessão, fixando-se 7,92 dólares o bushel –e fechando o ano com alta de quase 2,8%.