Soja: será que não é momento de vender antes que dólar caia mais e clima melhore nos EUA?
O rali dos grãos no mercado futuro de Chicago está sendo neutralizado para os exportadores brasileiros com o dólar barateando as vendas. Mas será que não é hora de fechar novos negócios com a soja?
Se a perspectiva do clima mais seco sobre a safra dos Estados Unidos não se alongar e a moeda americana manter o viés de baixa, dois cenários bastante prováveis, será pior.
“Sim, o produtor deve aproveitar o momento”, acredita Marlos Correa, da InSoy Commodities.
Ao redor de 38 a 40 milhões de toneladas da safra 20/21 de soja estão disponíveis. Nem todos tem capacidade de carregá-las para o segundo semestre, pelo menos, à espera de cotações melhores, seja por compromissos vencendo e por custos logísticos.
As informações que chegam dos Estados Unidos são de que nem todos os estados estão sofrendo com a estiagem que voltou há alguns dias, embora os mais prejudicados sejam os mais importantes, como Iowa. Mas os mapas climáticos não mostram adversidades além de junho.
“E com estoques baixos, a resposta climática sempre é positiva”, afirma Correa, acrescentando: “Mas se tudo ocorrer bem com a safra americana mercado vai se sentir mais confortável e não veremos grandes ralis na soja para o futuro”.
A China também está passiva nas importações, tanto pelas travas que o governo impôs para frear a especulação dos fornecedores, quanto porque está bem abastecida de momento. A demanda, assim, segue morna.
Sem que o governo brasileiro produza ruídos que aumentem o risco, ou a CPI da Covid-19 não precifique a baixa do real com fatos comprometedores, o câmbio vai seguir ao sabor do PIB positivo de 1,2% no primeiro trimestre e projeção de até 5% em 2021.
Às 9h30 (Brasília), os vencimentos mais próximos na CBOT, julho e agosto, estão acima aproximadamente 28 a 30 pontos, a US$ 16,11 e US$ 15,68 o bushel.