Soja: sem a surpresa de 115 milhões de toneladas da safra dos EUA, projeções atuais estão no preço
Os produtores brasileiros que não anteciparam vendas da soja nova vão manter um olho atento no relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) desta semana. Se a safra por lá chegar à previsão próxima de 115 milhões de toneladas, os futuros mais longos da bolsa de Chicago (CBOT) podem ser pressionados.
Na avaliação de Vlamir Brandalizze, o quadro por hora não alimenta totalmente essa possibilidade, mas se espera uma safra muito boa e surpresas podem ocorrer, como o perfil das lavouras que se apresentam cada vez melhor.
Na casa de 114,1 milhões é o que a Brandalizze Consulting está repassando aos seus clientes.
“E o mercado em geral trabalha entre 113 e 113,5 milhões/t”, diz o analista.
Nestes patamares e até nos da sua empresa, Brandalizze não acredita em alterações no ritmo de preços, já que a China vem ditando de agora em diante o ritmo da demanda da soja americana.
As projeções do USDA em julho foram de 112,5 milhões/t, de lá para cá entrou no jogo as condições favoráveis das lavouras dos Estados Unidos.
Ontem foram divulgadas que 74% da soja encontram-se em boas e excelentes condições, contra 54% do ano passado, e pouco acima da última revisão. Mais grandes avanços na formação das vagens, entre outros parâmetros.
E os Estados Unidos caminham para ver a qualidade da soja, plantada mais cedo este ano, se tornar um dos períodos históricos. O grosso da produção vai chegar ao mercado quando a soja brasileira estiver começando a ser colhida, cuja estimativa já se fala em pouco mais de 136 milhões na temporada 20/21.
Vlamir Brandalizze classifica em 40% a já fixada externamente pelo Brasil, desta temporada que vai chegar – e pouco mais de 50% no Mato Grosso.