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Soja: produtores não se animam com altas e esperam o pior do clima nos EUA para venderem

02 jul 2021, 13:10 - atualizado em 02 jul 2021, 13:15
Soja
Soja ainda não vendida teve bom ganho, mas os produtores esperam cotações melhores (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os ganhos que a soja teve desde quarta (90 pontos) nos mercados futuros não incentivaram uma corrida forte e uniforme de vendedores.

Os contratos em Chicago saltaram em torno de US$ 1 o bushel (até ontem), e, no mercado interno, entre R$ 10 e 12 a saca, depois que o Departamento de Agricultura (USDA) fechou a safra dos Estados Unidos em 35,4 milhões de hectares, contra o mercado esperando 36,1 milhões.

Respectivamente a US$ 14,50 e 14,30 nos vencimentos julho (mais 6 pontos) e agosto (mais 3 pontos), às 13h10 (Brasília); e até R$ 170 para o disponível e R$ 157 para soja 21/22.

Com a influência do clima oferecendo insegurança, em volume e qualidade, às plantações americanas já fechadas, deu folga para os produtores aguardarem um pouco mais. Mas também foi visto algum movimento de fixações.

Na Safra Grãos, trading goiana com originação bastante participativa também em Minas e Oeste da Bahia, os negócios foram zero. O diretor Alisson Dias diz que o produtor que não está com soja travada, vai aguardar, inclusive levando o produto para o final do ano ou mesmo começo de 2022, entre os mais capitalizados.

A Coplacana, cooperativa com sede em Piracicaba e com negócios também no Sudoeste paulista, a situação foi idêntica. Pedro Schactae, gerente de originação, conta que houve uma tentativa de rodagem para a safra 21/22.

Os negócios começaram nos R$ 148 e fecharam a quinta nos R$ 150. Porém, a maioria dos produtores estão preferindo esperar, apostando em R$ 160 a saca nas próximas semanas. Preço interior.

O trader de Cascavel (PR), Marlos Correa, foi outro que só percebeu a presença de compradores, temendo por renovações constantes das altas. “Os produtores não saíram de suas posições”, completa o diretor da InSoy Commodities.

A casa de consultoria e análise AgRural viu a saída de “alguns negócios, mas também com produtores aumentando suas pedidas”, informa Adriano Gomes.

 

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.