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Soja: Preços vão ficar abaixo de US$ 9 em Chicago? Os rumos para commodity

05 ago 2024, 15:36 - atualizado em 05 ago 2024, 15:36
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Questões como a safra de soja nos EUA, eleição de Donald Trump e tamanho da colheita na América do Sul podem pressionar preços (Foto: Pixabay)

O mercado da soja segue pressionado com as perspectivas de uma oferta elevada na safra 2023/2024 da América do Sul e projeções que apontam para um ciclo 2024/2025 elevado no Hemisfério Norte.

Em julho, a média do indicador Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá foi de R$ 138,09/sc de 60 kg, 0,6% inferior à do mês anterior e 9% abaixo da de jul/23, em termos reais (IGP-DI de jun/24). Para o Indicador Cepea/Esalq– Paraná, as quedas foram de 0,4% no comparativo mensal e de 5,9% no anual, para R$ 133,07/sc de 60 kg.

De acordo com dados do CNBC, os preços da soja em Chicago apresentam uma queda em torno de 20% em 2024, passando de US$ 12,98 para US$ 10,38 (contrato novembro/24, por volta de 14h50 em 05 de agosto).

O analista da oleaginosa da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, há possibilidade para a commodity ficar abaixo de US$ 10 em Chicago, à medida que a colheita da safra norte-americana se aproxima, com seu início em setembro.

“Apesar disso, a maior pressão de baixa já aconteceu e eu acredito que o fundo pode ser algo em torno de US$ 9,50/bushel. Devemos ter uma safra cheia nos EUA, com perdas mínimas. Na próxima semana, no dia 12, há expectativa para dados do USDA, que podem contar com uma revisão para cima na área plantada no país, o que pode adicionar mais um fator de baixa no mercado”, explica

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A soja na América do Sul e a eleição nos EUA

A partir de outubro, as atenções se voltam para as safras da América do Sul, em especial no Brasil e Argentina. “O La Niña deve se confirmar na primavera, com seus efeitos sendo sentidos no fim da estação (novembro), mas temos que trabalhar com a possibilidade uma safra cheia, com expectativa de 170 milhões de toneladas no Brasil e 55 milhões na Argentina”, diz Gutierrez.

Caso o clima favorável perdure até janeiro de 2025, há expectativa para uma “super safra sul-americana”, com volumes bem maiores que os de 2024. “Neste cenário, os preços podem perder o patamar de US$ 10 e cair para algo em torno de US$ 9,50 ou até US$ 9. Podemos ver os preços até abaixo de US$ 9 em 2025. Ainda é cedo para confirmar, mas a tendência é de área maior no Brasil e na Argentina”, acrescenta.

Fora isso, a corrida eleitoral nos EUA, com uma possível eleição de Donald Trump pode mexer com a demanda pela oleaginosa dos EUA, pelo temor de uma nova guerra comercial com a China, que reduziria suas compras do país, sendo negativo para os preços em Chicago.”Se isso não acontecer, os preços podem encontrar algum suporte na CBOT”.