Soja passará com folga o milho na liderança das importações e persegue recorde de 750 mil/t
As importações de soja e milho seguem aceleradas, mas com inversões de papéis em 2020. A oleaginosa vai para recorde histórico, tomando a liderança do milho, que não deve alcançar os níveis costumeiros.
Os níveis recordes de exportações de soja até agora, 83,4 milhões de toneladas, a 100 mil/t de quebrar marca de 2018, e preços altos – R$ 148/150 no disponível nos portos -, tiraram a indústria brasileira da zona de conforto. Acionaram as compras externas.
No milho, que mais regularmente sofre com a oferta descasada da demanda interna, desta vez foi o contrário – as exportações da segunda safra, a maior, estão deslanchando agora – 18,5 milhões/t ante 24,8 milhões/t do ano-safra passado. Apesar de os preços também estar sendo acusados pelo setor animal.
Além do custo de importação de terceiros mercados fora da Tarifa Externa do Mercosul (TEC) que torna a aquisição externa mais cara. A Argentina teve uma produção pouco menor.
As informações são de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
No acumulado de 2020, o Brasil trouxe 400,9 mil/t de soja, quase toda paraguaia, frente as 68,9 mil toneladas de 2019. Ano contra ano, o analista acredita que possa bater em 750 mil/t, sobre as 144,2 mil/t de 2019.
Para o milho, que se aproxima regularmente de quase 1 milhão/t anuais, desta vez ele calcula que fique entre 450 e 500 mil/t. Até agora, na soma dos últimos meses, as compras chegaram a 316,3 mil/t, para as 750 mil/t do mesmo período do ano anterior. Os argentinos são os principais fornecedores.
Há também algum movimento de recompra de contratos em alguns casos pontuais de exportadores, o que também repercute nas importações, destaca Vlamir Brandalizze, que está vendo preços nos portos de R$ 59 a R$ 62, mas poucos negócios ainda dos vendedores brasileiros.