Soja: Novo fertilizante fosfatado aumenta a produtividade no agronegócio
O Brasil está prestes a produzir muito mais soja. Uma parceria entre instituições brasileiras e uma alemã resultou no desenvolvimento de uma nova classe de fertilizantes multifuncionais.
Os pesquisadores conseguiram criar um material único, à base de enxofre, rejeito da indústria do petróleo, para liberação controlada de uma fonte de fosfato oriundo de resíduos urbanos, a estruvita.
O fertilizante inteligente e ecológico, de liberação lenta, foi capaz de aumentar a biomassa da soja, comparado a sistemas convencionais de adubação fosfatada.
A soja foi utilizada no experimento por exigir altas dosagens de fósforo, mas o novo fertilizante serve para qualquer cultura que demande fosfato e enxofre, ou seja, praticamente todas.
Chamado de compósito estruvita-polissulfeto, o fertilizante proporcionou biomassa superior em relação a uma referência adubada com fosfato supertriplo e sulfato de amônio, com até três e dez vezes mais massa de parte aérea e raiz, respectivamente, no cultivo de soja, em sistema fechado.
Os compósitos mostraram-se alternativas eficientes de fertilizantes às fontes comerciais solúveis e benéficas para o desenvolvimento da soja.
Fertilizantes
Com uma área plantada em torno de 70 milhões de hectares, o Brasil ocupa a quarta posição entre os consumidores de fertilizantes do planeta, sendo o maior importador.
Diante desse cenário, os pesquisadores acreditam que o desenvolvimento de fertilizantes com as características propostas é fundamental para garantir a segurança alimentar de forma sustentável, sendo a estruvita uma alternativa promissora para a fertilização fosfatada.
No entanto, a solubilidade dessa fonte é um desafio para a eficiência como uso consistente.
Eficiência
Em experimento conduzido em condições controladas de casa de vegetação na Alemanha, entre maio e junho de 2020, pesquisadores da Embrapa observaram que o comprimento total da raiz de soja ficou entre 200 e 400% maior para plantas sob compósitos estruvita-polissulfeto (St/PS), em comparação às raízes sob tratamento com superfosfato triplo e sulfato de amônio.
“Enquanto a eficiência de absorção de fósforo foi semelhante em todos os tratamentos fertilizados, entre 11 e 14%, o St/PS alcançou uma eficiência de absorção de 22% de enxofre contra apenas 8% do sulfato de amônio. No geral, os compósitos mostraram grande potencial como fertilizantes de liberação lenta eficientes para aumentar a produtividade da soja”, avaliam a pesquisadores.
(Com informações da Embrapa).
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