Soja: estratégia chinesa entre Brasil e EUA está funcionando e Chicago não reage às últimas compras
A estratégia e a sorte parecem que estão a favor dos chineses no mercado da soja. O jogo de posições entre a safra brasileira e a americana mostra que vem dando certo mais do que o mercado esperava, contando com a ventura do clima e do câmbio.
Pode virar se a demanda pelo grão americano for muito mais acentuada daqui para frente, mas até as últimas 720 mil toneladas adquiridas, conforme o USDA reportou nesta quinta (11), produziu pouco efeito em Chicago. A cotação do agosto ficou marginal, em menos de 0,5% de alta, a US$ 8,68 o bushel; o julho fechou com variação pouca coisa acima.
Marlos Correa, da InSoy Commodities, concorda que os chineses “ficaram apanhando de Donald Trump” e foram se abastecendo da soja brasileira, aproveitando-se do dólar valorizado. Agora, com a soja do Brasil sem oferta, eles vão para a americana quando o clima os favorece com uma safra cheia de 113 milhões de toneladas (97 milhões/t na passada).
“Sim, começa a ter muita oferta de venda no momento para desovar o estoque antigo e abrir espaço para receber a boa safra nova e isso mantém a CBOT (Bolsa de Commodities de Chicago) neste movimento lateral sem expectativas de melhores altas”, avalia o analista e trader.
Parece que essas compras mais fortes demoraram muito e agora elas chegam batendo de frente com os dados em alta da safra dos Estados Unidos?
“Exatamente”, responde Correa, salientando que “teoricamente a China está confortável”.
Com adicional, acrescenta, que a soja chinesa conta com produção prevista de 18 milhões/t, o que ajuda o país a formar mais estoques e evitar ser pressionado, até porque agora é o único comprador.