Soja e milho iniciam semana com alta em Chicago após desistência de Biden nos EUA; entenda
Os contratos futuros da soja para agosto e do milho com vencimento em dezembro avançavam 1,55% e 1,36% por volta de 10h53 desta segunda-feira (22) em Chicago (CBOT), aos US$ 11,14 e US$ 4,10, respectivamente.
O avanço acontece na manhã após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistir da sua campanha de reeleição neste último domingo (21).
Rafael Silveira, analistas da Safras & Mercado, aponta que com a desistência de Biden, cresce o favoritismo para Donald Trump, o que traz alguma volatilidade positiva, devido ao seu viés mais protecionista em relação à economia americana.
“Trump é conhecido por suas políticas protecionistas, e, se retornar ao poder, é provável que reforce medidas de proteção da economia americana, o que pode afetar as relações comerciais internacionais, incluindo as importações de soja pela China. Isso traz volatilidade no curto prazo. No entanto, o quadro americano apresenta maior oferta com fundamentos baixistas, de modo que a tendência principal ainda não mudou de direção”, explica.
Segundo Allan Maia, analista da Safras, o movimento para o milho está mais atrelado a uma especulação por conta do calor no meio oeste dos EUA.
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“Mais tarde, por volta de 12h, temos os dados de exportações do país que deve dar uma acalmada no movimento, além dos dados de evolução de lavouras, divulgados às 17h, o que pode trazer volatilidades ao mercado”, aponta.
Brasil exportará mais grãos com Trump?
Como você acompanhou na semana passada, uma eventual vitória de Donald Trump nos EUA, poderia representar um novo conflito comercial do país com a China, já que em seu último mandato, ele comprou uma briga comercial com a China, o que fez com que o país asiático reduzisse o volume de compras vindas dos norte-americanos.
“Os preços em Chicago (CBOT) são os principais balizadores nos preços brasileiros da soja e milho, e o mercado futuro, que sempre olha para frente, vai se lembrar do imbróglio comercial que aconteceu no primeiro mandato de Trump, que pode se repetir. Com uma nova rodada dessa guerra comercial, a China pode comprar menos soja e milho dos EUA, o que pressiona os preços de forma negativa em CBOT, sendo negativo para o preço da oleaginosa e do grão no Brasil”, explica Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado.