Soja: Brasil sai das vendas e especula com as 40/50 milhões de toneladas que restam
A soja que resta para ser exportada e negociada no mercado interno virou ativo financeiro nas mãos dos produtores, que aguardam uma definição mais aguda da safra americana em estágio de semeadura atingindo quase 45% da área destinada ao grão.
Restam em 40 a 50 milhões de toneladas não negociadas e que os brasileiros vão esticar ao máximo por melhores preços em Chicago e no mercado interno, acredita o analista Vlamir Brandalizze.
O recorde de 4,7 milhões de toneladas de grãos embarcados na 1ª semana de maio, com receita de US$ 2,1 bilhão, é parte das 90 milhões/t já contratadas antecipadamente. Junto com óleo e farelo, foram US$ 2,4 bilhões.
Nesse cálculo geral, visto por Brandalizze, se subtrai 38,5 milhões/t exportadas no acumulado do ano.
Outro recorde que vai se somando: no mesmo período do ano passado, foram 35 milhões/t.
As condições climáticas da safra americana apontam para uma melhora nos próximos dias. E mesmo considerando o plantio acelerado, mais de 20% acima do ano passado, reforça Brandalizze, os fundamentos de alta persiste.
Oferta grande brasileira – da safra que só resta um pouco no Rio Grande do Sul a ser colhido -, e oferta futura dos Estados Unidos, também elevada, ainda estão abaixo da demanda global, especialmente pela procura elástica chinesa.