Soja: barreiras para voltar a testar os US$ 11 juntam lockdowns, plantio no Brasil, financeiro e política
O quadro para a soja ficou um pouco mais complicado para voltar a testar os US$ 11 o bushel na bolsa de mercadorias de Chicago (CBOT). Na cesta de barreiras, entram a nova onda de lockdowns na Europa, os fundamentos da commodity, o dólar e o cenário político.
Vlamir Brandalizze, analista da Brandalizze Consulting, vê os futuros do grão no suporte dos US$ 10,50, salvo reviravoltas em algumas das variáveis que ele apontou acima.
Na sessão da véspera, as cotações de novembro a maio perderam de 2,5% a 2,31%, (de 25 a 15 pontos), em dia nervoso que derreteu todas as commoditys pela gravidade do avanço da pandemia, e, nesta quinta (29), os recuos são mais moderados (às 11h15, de Brasília), em torno dos 2 pontos (US$ 10,52, US$ 10,55). .
Mas, somando a sequência de queda entre hoje e amanhã, por exemplo, entra em jogo o fundamento, que é o avanço do plantio no Brasil, que Brandalizze estima já chegando próximo do normal – pouco acima dos 60%, depois do atraso pela seca.
A fator risco da segunda onda do coronavírus igualmente torna o dólar mais caro em várias partes do mundo. E a China não escapa.
Os importadores de lá podem desacelerar as compras, já que vão gastar mais, tanto porque estão bem fornidos da oleaginosa, acredita o analista.
Para completar o quadro, a cada vez mais clara vitória de Joe Biden, nas presidenciais americanas de 3 de novembro, acende o temor da maior economia global vir a adotar restrições próximas ou iguais ao lockdown que França, Alemanha e outros países na Europa devem adotar.
Além de alguns temores que o Democrata, segundo pensa Brandalizze, reflete no mercado financeiro, entre outros alguma disposição para aumento de impostos, e que igualmente acende o valor do dólar.
Esse diagnóstico, entre outros, fará parte, inclusive, da palestra online “Tendências e Oportunidades do Agro em Tempos de Pandemia” que Vlamir Brandalizze realizará hoje, às 1740, no Simpósio Fertilizantes e a Tecnologia 2020.