Socorro a distribuidoras de energia começa bem, mas inadimplência ameaça
As primeiras manifestações de analistas sobre o pacote de ajuda às distribuidoras de energia elétrica são positivas, mas sem exageros. Isto porque, embora o montante anunciado pela Aneel, R$ 15,4 bilhões, podendo chegar a R$ 16,1 bilhões, esteja acima da expectativa do mercado, ainda pairam dúvidas e ameaças.
Batizado de Conta-Covid, o pacote pretende amenizar o impacto da pandemia de coronavírus no setor elétrico.
No relatório enviado aos clientes na manhã desta quarta-feira (27), a XP Investimentos aponta que a efetivação do plano ajudará a reduzir a percepção de risco do setor, por parte dos investidores. Contudo, ainda é cedo para comemorar.
“Não há motivos para mudar nossa posição mais conservadora em relação a distribuidoras de energia com relação à deterioração de indicadores como inadimplência e perdas não técnicas em face da deterioração da economia”, afirma a gestora.
Revisão de tarifas
O BTG Pactual (BPAC11) também adota um tom moderado. João Pimentel e Filipe Andrade, que assinam o relatório, lembram que ainda há pontos que devem ser esclarecidos. As distribuidoras, por exemplo, ainda têm esperança de que o pacote contemple também a inadimplência dos consumidores.
A expectativa das empresas é que a o impacto da inadimplência seja tratado como ativos regulatórios, mas o BTG Pactual acredita que o assunto só será discutido pela Aneel, por meio de uma revisão tarifária extraordinária.