Política

Soberania é um dos eixos da política externa brasileira, diz chanceler

20 dez 2020, 10:24 - atualizado em 20 dez 2020, 10:24
Ernesto Araújo
No G20, o chanceler disse que o Brasil apresentou também uma ideia para reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente em relação à redução dos subsídios agrícolas (Imagem: REUTERS/Luis Echeverria)

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, será entrevistado neste domingo (20) no programa Brasil em Pauta, que vai ao ar às 22h30, na TV Brasil.

Durante o programa, o chanceler tratou de temas como a atuação do Itamaraty, a participação do Brasil na reunião do G20 (grupo formado por ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) e da Cúpula do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do interesse do Brasil em participar do Conselho de Segurança da ONU.

Sobre a atuação do Itamaraty, o chanceler disse que a soberania é um dos pontos centrais na política externa brasileira. “A soberania e todos os seus aspectos é um dos eixos da nossa política externa, juntamente com abertura econômica, juntamente com segurança, a defesa da democracia e com a defesa de nossos valores”, disse.

Araújo também falou sobre a participação do Brasil no G20, que ocorreu em novembro. Para ele, o grupo é hoje talvez o grande foro do que se chama governança internacional, no sentido de coordenação entre os países. “É importante que a gente coloque ali o que o Brasil tem feito”, disse citando, como exemplos, as ações do país no enfrentamento da pandemia nas áreas de saúde e economia.

No G20, o chanceler disse que o Brasil apresentou também uma ideia para reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente em relação à redução dos subsídios agrícolas. “Mas queremos trabalhar cada vez mais também na redução dos subsídios industriais, que distorcem a competição”, disse.

O ministro também defendeu a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, dizendo que o país enriqueceria o conselho como membro permanente. “Queremos levar o peso do Brasil em favor de um mundo mais seguro, mas também de um mundo com mais liberdade, com mais democracia. Achamos que o Brasil tem uma responsabilidade, um lugar no mundo a partir do qual podemos defender valores que são essenciais ao brasileiro.”

Sobre o Brics, o chanceler disse que o bloco tem se tornado cada vez mais focado em objetivos específicos dentro de cada presidência. “Na nossa presidência no ano passado nós focamos muito no tema da inovação e conseguimos criar uma rede de inovação do Brics para incentivar pequenas companhias, novas companhias, a autuarem nessa área da inovação.

Este ano um avanço muito importante foi a cooperação na esfera do combate ao terrorismo, onde todos os países do grupo tem essa mesma convicção contra o terrorismo, então qualquer cooperação nessa área para nós nessa área é extremamente útil, porque a gente vê uma ameaça de terrorismo aqui na nossa região. A presidência indiana no ano que vem já sinalizou que vai se concentrar em água, saneamento, saúde, e neste sentido nos interessa muito”, disse.