Sobe pressão para corte da Selic: Lula cobra e Campos Neto vai responder no Senado
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, foi convocado para comparecer à audiência no Senado no dia 10 de agosto.
Segundo o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, a ideia inicial era que o encontro fosse feito no próximo dia 3, porém Campos Neto estará em período de silêncio, depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 1 e 2 de agosto.
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Na audiência, o presidente da autoridade terá que prestar esclarecimentos sobre um suposto descumprimento da lei de autonomia do Banco. “Não tenho dúvidas de que Campos Neto aceitará o convite”, disse Pacheco.
Em procedimento apuratório, seis partidos — entre eles o Partido dos Trabalhadores (PT) — questionam a motivação “desconectada da realidade” que levou o BC a manter a Selic em 13,75% ao ano. Sendo assim, a audiência é outro movimento do Senado para pressionar pela redução da taxa básica de juros.
Além disso, o pedido busca a abertura de um processo que levaria na perda de mandato de Campos Neto.
Mais que Lula, pressão para corte da Selic sobe
Nesta semana, o presidente Lula (PT) voltou a pressionar o Banco Central. Em reunião, na quarta-feira (12), com a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e a presidente da Caixa, Rita Serrano, ele disse que facilitará o crédito a prefeituras e Estados, independente da “teimosia” de Campos Neto.
O presidente da República também vem cobrando ação do Senado contra o BC. Em entrevista à Rádio Gaúcha na semana passada, Lula disse que a casa tem responsabilidade na questão da taxa de juros porque aprovou a indicação de Campos Neto como presidente.
“Não existe hoje nenhuma explicação para que a taxa de juros esteja em 13,75%, porque não temos inflação de demanda. É preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível inclusive com a inflação”, afirmou Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse em entrevista à RedeTV, inclusive, que há espaço para um corte superior a 0,25 ponto percentual da Selic já no mês de agosto.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, por sua vez, também afirmou, na quarta-feira (12), no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), que espera que Campos Neto “tenha responsabilidade e que não venha abaixar só 0,25 [ponto percentual]”.
“Já tá muito feio para o Banco Central fazer o que tá fazendo. A decisão do Banco Central tem sido política. Tá horrível isso”, disse Hoffmann.