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Sob volatilidade além da conta, montagem de posições em grãos se dá por rápidas janelas

07 abr 2022, 11:43 - atualizado em 07 abr 2022, 11:43

 

Excesso de volatilidade nos grãos dificulta montagem de operações com previsibilidade mínima (Imagem: Pixabay)

A volatilidade é excessiva nos mercados de grãos, acima da tradicional sensibilidade carregada pelos ativos de soja e milho, e não deixa outra alternativa para os vendedores a não ser operarem aproveitando as janelas diárias, as vezes mais de uma no mesmo dia.

A montagem de posições futuras das commodities, seja com venda ou hedge, deverá ficar mais um bom tempo sem um mínimo de previsibilidade, como concorda o trader e analista Marlos Correa, da InSoy Commodities.

Além da transição entre as safras da América do Sul e dos Estados Unidos, normalmente adicionando muita oscilação, o cenário segue instável com as variáveis que se estabeleceram externamente e internamente desde fevereiro.

A guerra na Ucrânia se arrasta por mais de 40 dias e os mercados financeiros e o petróleo balançam entre pequenos sinais de distensão e as voltas atrás, custos elevados dos fertilizantes e o dólar enfraquecido no Brasil.

No caso da soja, há o fundamento presente de pressão, com a maior área a ser destinada nos Estados Unidos, mas o monitoramento das condições climáticas para o início do plantio ainda está para ser confirmado.

Para Correa, os produtores agora têm que trabalhar com a saca em torno dos R$ 170 no mercado interno, e abandonarem a expectativa de volta aos R$ 200, e pensarem em travar os insumos para a próxima safra, antes que de novas elevações dos preços.

O milho, que já tem 2% de área semeada nos EUA, num ambiente geral no qual o USDA deu com território menor que na última safra, igualmente está preso ao clima e às incertezas da guerra e sua influência mais clara sobre o etanol.

Os preços ainda se mantém acima dos US$ 16 para a oleaginosa em Chicago e, depois da baixa da véspera, nesta quinta (7) assume alta considerável, em 1,18%, a US$ 16,39 (às 11h40, de Brasília), confirmando a falta de rumo.

A China também está devagar na compra do grão.

Como, em geral, o milho também está com apetite externo lento, depois de também ter fortes altas nos primeiros dias do conflito no Leste da Europa. Nesse momento, cede 0,64%, US$ 7,52 o bushel, também no vencimento maio.

Amanhã sairá novo reporte de oferta e demanda do USDA, com expectativa de estoques menores para a soja nos EUA, o que determina novo grau de volatilidade.