Sob pressão, Chile descarta dinheiro novo para Codelco
O governo do Chile não planeja uma injeção de capital para sua produtora estratégica de cobre, já que planeja gastar US$ 3 bilhões este ano para acalmar a onda de protestos que domina todo o país.
A Codelco, maior produtora de cobre do mundo, precisa de bilhões de dólares para modernizar minas, mas precisará encontrar outras fontes de financiamento, segundo o ministro da Fazenda do Chile, Ignacio Briones.
“Não estamos falando de uma nova capitalização”, disse Briones em entrevista ao programa Radio Pauta Bloomberg na segunda-feira. “O Estado sempre apoiou a Codelco de forma a ter acesso a financiamento via capitalização ou mercados internacionais”.
O governo do presidente Sebastián Piñera aumenta os gastos para impulsionar a economia e neutralizar o impacto de mais de dois meses de protestos, que fecharam lojas e atrasaram investimentos. O governo também avalia os custos de uma reforma do setor de assistência médica, disse Briones.
Com isso, a Codelco precisa encontrar uma forma de financiar sozinha um programa de investimentos de US$ 20 bilhões. Caso contrário, terá que enfrentar a queda da produção com o declínio dos graus de cobre. Para uma empresa com US$ 19,4 bilhões em dívidas, a tarefa é difícil.
A Codelco conseguiu manter a produção estável nos últimos anos, mas o minério extraído atualmente é de qualidade cada vez menor, aumentando os custos de processamento. Sem acesso a fundos do governo, a dívida da empresa poderia subir para US$ 21 bilhões, disse o ex-CEO Nelson Pizarro no ano passado.
A dívida da estatal chilena estava em US$ 18,4 bilhões no fim do terceiro trimestre, acima dos US$ 15,5 bilhões em dezembro de 2018.