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Sob Lula, Petrobras (PETR4) buscaria expandir energia renovável e refino

23 ago 2022, 14:29 - atualizado em 23 ago 2022, 14:29
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A Petrobras reduziu uma dívida que já foi a maior entre as petrolíferas globais, após vender ativos e focar nos campos mais lucrativos do pré-sal (Imagem: (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Flickr)

A Petrobras (PETR4) vai reverter anos de cortes de custos elogiados por investidores e aumentar os gastos com refino e energia renovável se Luiz Inácio Lula da Silva for eleito em outubro, segundo um importante assessor do ex-presidente.

A petrolífera estatal com sede no Rio de Janeiro também reconstruiria suas operações internacionais para participar de projetos e parcerias tecnológicas no exterior, disse em entrevista o senador Jean Paul Prates, que tem discutido a pauta de petróleo e gás.

“A gente vai ter que voltar a ser a grande Petrobras que era”, disse Prates. “Ela precisa se transformar num player mundial de transição energética.”

A Petrobras reduziu uma dívida que já foi a maior entre as petrolíferas globais, após vender ativos e focar nos campos mais lucrativos do pré-sal.

Ela tem distribuído dividendos recordes e os investidores em geral apoiam a mudança que começou há sete anos. Preocupações de que a empresa possa voltar a políticas mais nacionalistas após a eleição e começar a subsidiar os preços de gasolina e diesel pesaram nos preços das ações este ano.

Prates disse que a atual política da Petrobras de vender ativos e distribuir dinheiro para os investidores faz com que a empresa esteja “caminhando para o precipício”, pois limita os gastos a um grupo de campos de águas profundas que em algum momento entrarão em declínio. Em 30 anos, ele espera que a empresa invista tanto em energia limpa quanto investe em combustíveis fósseis.

A mudança para energias renováveis ​​não seria repentina. No curto prazo, a Petrobras expandiria suas refinarias enquanto gradualmente faria a transição para energia eólica em alto mar e hidrogênio, disse Prates, que tem conversado com investidores e gestores de fundos sobre as políticas de petróleo e energia de Lula.

O plano é revisar cada uma das refinarias da Petrobras para ver quais serão as mais fáceis de expandir. Se isso não for suficiente para tornar o Brasil autossuficiente em combustíveis, a empresa talvez precise construir novas instalações e estaria aberta a parcerias.

Os altos preços da gasolina têm sido uma das principais questões que minaram a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, atrás de Lula nas pesquisas até agora.

Sob Lula, a ANP passaria a publicar um preço de referência para gasolina e diesel que levaria em conta os custos de produção nacional, bem como os preços internacionais.

Os ajustes no preço de referência seriam feitos de acordo com um cronograma pré-definido para oferecer mais previsibilidade aos consumidores, e a Petrobras e outras distribuidoras de combustíveis não seriam obrigadas a seguir o preço publicado.

“Não estou interferindo no mercado, estou dando uma baliza”, disse Prates. “Não quer dizer que o mercado vai praticar sempre aquela referência de preço.”

Um eventual governo Lula também criaria um fundo de estabilização para aliviar choques de preços, como quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e desenvolver uma estratégia para expandir o armazenamento de combustível. Não se restabeleceria o monopólio do refino, que terminou no final dos anos 1990.

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