Sob incerteza do petróleo, quem manda no potencial de alta do açúcar é a quebra no Brasil
Nos últimos dias ficou muito incerto o ponto de oferta e demanda de petróleo, sob muita volatilidade, para que se atribuam a ele os movimentos do açúcar em Nova York, quando o mercado mundial olha para o Brasil e a possibilidade de mexida no mix da safra, compensando ou descompensando com o etanol.
Em momentos de regularidade das cotações do óleo cru, sim, tem um grau de reflexo, mas a alta da segunda, como a desta terça (25), está mais focada nos fundamentos desta temporada da cana brasileira. Produtores europeus acreditam também em melhora do consumo no continente.
Quem faz a observação é Maurício Muruci, da Safras & Mercado, acreditando que o contrato julho tem ainda como testar os 18 centavos de dólar por libra-peso. Se encontra agora ( horas, de Brasília) em mais 1,30%, a 17,01 c/lp.
Ele destaca ainda que os recuos das cotações do adoçante, até sexta, estavam diretamente ligados à política da China de restringir as especulações com as commodities em geral, criando barreiras para controlar a volatilidade.
“E os fundos saíram das compras e venderam posições”, diz o analista, acentuando que se refletiu na renda fixa e na valorização do dólar junto a outros pares fortes.
As chuvas passageiras e fracas não chegaram a todas as regiões produtoras até o final de semana, não passaram de 25 mm, destacou a Safras em relatório, de modo que não resolveram o “estrago” da seca no segundo semestre de 2020 e a chegada da estiagem mais cedo este ano.
Enquanto o petróleo balançar no dia-a-dia entre sinais tênues de melhora do consumo na Europa e queda na Índia, além das incertezas da produção iraniana, não há uma definição clara das usinas em relação ao andamento do mix de produção.
Por enquanto, o açúcar é privilegiado pelos preços e pelo alto volume de fixações de contratos de exportações antecipados.