CFO da Vale (VALE3) responde se a empresa pode ser afetada por tarifas

A Vale (VALE3) não deverá ser tão atingida pelas tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA Donald Trump ao Brasil, afirmou o CFO, Marcelo Bacci, em painel da XP Expert neste sábado.
Apesar disso, ele disse que o aumento da taxação pode bater no câmbio e nos juros e trazer volatilidade para a operação da companhia.
Atualmente, a mineradora exporta de 1% a 2% da produção para os Estados Unidos. A troca é maior, no entanto, entre EUA e Canadá, onde a empresa possui minas de níquel.
“O impacto pode vir da volatilidade, que pega para qualquer exportador. Isso pode ter impacto no câmbio”, disse.
Fórmula da Vale: menos dívidas e custos
Segundo Bacci, a companhia trabalha com heage (proteção) para tentar se blindar do sobe e desce do dólar, além de manter a empresas menos endividada.
“Quem trabalha como commodity, não pode só ter um plano A. Você não controla o preço, ainda no Brasil, que tem câmbio e juros. Precisa ter princípios. Você não pode trabalhar muito alavancado”, discorre.
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O executivo recorda que a alta do dólar, por exemplo, faz a receita da Vale subir, já que a companhia vende o minério em dólar, porém, os custos são em reais.
“Precisa ter uma estrutura de capital leve e trabalhar com liquidez. Você não sabe como será os preços”.
No ano, o minério de ferro cai, com os receios do desaquecimento da China. No segundo trimestre, o preço médio realizado de finos de minério de ferro foi US$ 85, um recuo de 13,3%, principalmente devido à redução dos preços de referência do minério de ferro.
Na outra ponta, a Vale trabalha para cortar custos. Bacci recorda que a companhia já foi a mineradora com o menor custo do mundo.
Agora, diz, a empresa quer colocar a trajetória na linha.
“Estamos entanto em uma tendência de queda. Todo muito gosta de crescer e ninguém quer contar custo. A grande diferença se faz nos custos. Divulgamos metas de redução de custos. O investimento também dá para ser mais eficiente. Sobrevive quem é mais eficiente”, completa.
Resultados da Vale
A Vale divulga os seus resultados na próxima quinta-feira (31). O Bradesco espera Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 3,2 bilhões (1% menor no trimestre e 20% em relação ao ano anterior).
O Itaú BBA foi outra corretora a manter as estimativas de Ebitda de US$ 3,2 bilhões para o segundo trimestre.
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Por outro lado, o Safra revisou as estimativas de Ebitda de US$ 3,31 bilhões para US$ 3,55 bilhões após incorporar os dados de embarques e preços realizados no trimestre, 7% acima do consenso de US$ 3,3 bilhões.
“Em comparação com nossas estimativas, os embarques de minério de ferro e níquel vieram ligeiramente acima, e os preços realizados para minério de ferro, pelotas e níquel foram modestamente melhores”.