Exportações

Só o Nordeste ganha no açúcar no acordo com a UE; cota é menor, mas sem tarifa

04 jul 2019, 15:36 - atualizado em 04 jul 2019, 15:41
Açúcar
Região Nordeste tem preferência nas exportações, em programas de ajuda que ainda serão mantidos pela UE (Imagem: Pixabay)

No item açúcar de interesse do Brasil no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), entenda-se interesse do Nordeste. A região é que performará toda a cota de 180 mil toneladas, a tarifa zero de entrada, contra a cota atual de 334 mil/t, mas com o imposto proibitivo de 98 euros/t.

Dentro dos programas históricos de compras preferenciais que a Europa mantém com países pobres, os produtos nordestinos estão sob amparo de legislação federal. Os Estados Unidos também contemplam o açúcar nordestino em cotas, mas sem tarifação, embora venham fazendo pressão para o Brasil abrir mão das preferências por entenderem que o País já deixou há tempos o patamar econômico de dependência como África, América Central e outros países sul-americanos.

Apesar da timidez da nova fronteira estabelecida para o açúcar brasileiro, diante das 20 milhões/t exportadas ou das quase 50 milhões/t produzidas pelo Nordeste e um pouquinho no Norte, o setor daquela região ainda vê ganhos. Perde no volume, mas ganha no efeito prático.

Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar Pernambuco, segundo maior produtor regional, ao menos acredita que as vendas da commodity passarão a ter efetividade com a implementação do acordo entre os dois blocos, contra a situação atual da alta barreira tarifária existente e que pouco ajudava na cota preferencial oferecida.

A isenção “duties” que a commodity terá – estendida a 10 mil/t do Paraguai – dentro da cota de 180 mil toneladas acabou sendo mais razoável, até para não travar as negociações, do que um “livre mercado total”, avalia Cunha.

“Desde 1995 o Brasil almejava aumento de cotas sem imposto de importação e, além de ser utópico, seria uma posição descabida, pois traria desequilíbrios de preços à produção, sem reflexos no consumo , face a super ofertas em mercados já bem atendidos”, ponderá o presidente do Sindaçúcar PE e também da recém-criada Novabio, de âmbito nacional, que agrega sindicatos e empresas que defendem a venda direta de etanol, entre outros.

 

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