Só compro Tesouro Direto e fumo 30 cigarros por dia
Por Rodolfo Amstalden, da Empiricus Research
Dado que você está lendo esta newsletter, seria natural supor que deseja montar estratégias para dar um Grande Salto financeiro.
E então, você é avesso a risco ou propenso a risco?
Tipicamente, investidores que gostam de aplicar em estratégias de geração de renda são rotulados pelos financistas como avessos ao risco.
Eu não compro esses rótulos, pela mera observação das pessoas à minha volta.
Uma amiga que abomina o consumo de alimentos geneticamente modificados tem o hábito de fumar 30 marlboros vermelhos por dia.
Um amigo que acorda religiosamente às 5h da manhã para praticar triátlon não consegue juntar mil reais para investir, e se afunda em dívidas nocivas.
Essas são pessoas de perfil agressivo ou conservador?
São propensas ou avessas aos vários riscos apresentados pela vida?
Se eu amo ações de empresas que pagam dividendos, a visão canônica é a de que priorizo rendimentos tangíveis, grana de verdade caindo no bolso.
Talvez eu seja mesmo um coxinha inveterado, mas a hipótese mais provável é a de que eu precise desse fluxo previsível de dividendos para compensar outros riscos que me afetem (financeiramente ou não).
Como exemplo, suponha que José trabalha de casa como autônomo, desenvolvendo sites para clientes de pequeno porte.
Há meses em que vários projetos aparecem no seu colo, e acaba entrando uma boa grana.
Mas há também momentos imprevisíveis nos quais ninguém quer saber de desenvolvimento de sites, ou nos quais certos clientes pedem um tempinho a mais para pagar a conta.
Quando isso acontece, José dorme mal, briga com a esposa e tranca o curso de MySQL que sonhava em fazer para expandir seu portfólio.
Entre esses altos e baixos, ele assina Empiricus e começa a sacar o seguinte:
Se alocar o excedente financeiro dos meses felizes em uma Carteira de Renda, vai ter um fluxo de entradas de caixa bem mais regular, capaz de aliviar o impacto daqueles meses em que nada dá certo.
Essa é uma estratégia inteligente por si mesma, independente de José ser propenso ou avesso a riscos.
Afinal, o cara não acorda pensando se hoje vai ser mais conservador ou mais agressivo em seus investimentos.
Ele quer apenas dormir em paz, assistir a um Netflix abraçado com a patroa e aprender sobre bancos de dados para atender clientes de médio porte.
Quem acha que investir é mais importante do que viver faz um monte de besteira com dinheiro, pois supõe que uma milagrosa estratégia financeira é capaz de atropelar qualquer problema cotidiano.
Já quem pensa o oposto vai em busca de estratégias que complementem as necessidades e ambições de cada dia.
Nossas Carteiras de Renda são concebidas para este segundo grupo, para quem viver é mais importante do que investir.
Seu dinheiro deve estar sempre a serviço dos seus objetivos de vida, e não o contrário.
É a grana que sai do seu bolso quem deve ter perfil agressivo ou conservador, e não você.
Essa grana atende ao seu chamado e ao seu comando.