Só com Cosan, o “país” Raízen é o 4º produtor de cana e com quase 1/3 da Índia; com Biosev, ameaça a China
Se a Raízen (RAIZ4) fosse um país, seria o quinto em processamento de cana efetivo considerando a última safra, mas o quarto em capacidade instalada. Sem contar com a Biosev, incorporada no começo do ano ao grupo formado pela Cosan (CSAN3) e Shell.
Por trás dos dados financeiros que sustentam o maior IPO do ano, que visa uma avaliação de R$ 70 bilhões, e entre os maiores da história da bolsa, estão números portentosos de produção no campo e na indústria.
A Cosan, em suas 26 unidades, moeu algo como 62 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na última safra, sendo que quase a metade saiu de suas próprias lavouras e o restante 55% de fornecedores.
Praticamente 10% de toda o volume nacional, de 600 milhões/t na temporada passada.
De acordo com informações do grupo, que teve faturamento líquido de R$ 114,6 bilhões, no último ano-safra, a previsão é de atingir 64 a 65 milhões/t de matéria prima na atual, a 21/22.
A Tailândia, o quarto maior produtor mundial, trabalhou com 68 milhões/t, segundo dados oficiais relativos à safra 10/20, no topo de sua capacidade, enquanto a companhia brasileira tem capacidade informada de 73 milhões/t.
A área agrícola do país asiático é de 978 mil hectares. A cana própria da Raízen vem de 860 mil/ha.
Ao superar em mais de 10 milhões/t de cana o quinto e sexto maiores produtores, México e Paquistão – respetivamente 50 e 49 milhões/t -, o maior produtor individual global (inclusive de açúcar, etanol e energia elétrica cogerada) já fica próximo de 1/3 de toda a produção da Índia, segundo colocado, com 250 milhões/t.
As Filipinas, o sétimo grande agricultor da cana-de-açúcar, oferta metade da joint venture que vai para a B3 (B3SA3) em agosto.
Só com Cosan seria possível brincar com a soma de vários outros produtores juntos.
Mas ao adicionar a Biosev, que era a segunda maior produtora individual do mundo, com as 26,2 milhões/t de cana, o “país” Raízen já ameaça o terceiro maior produtor, a China, com 110 milhões/t.
Em produção de açúcar, a maior exportadora mundial individual informa 3,8 milhões/t. E 2,5 bilhões de litros de etanol.
Passa dos 10% da última produção de adoçante pela Índia, segundo maior depois do Brasil. Se fosse convertido em açúcar todo o etanol produzido, passaria tranquilamente do 20%.
Mais uma vez não relacionando o adicional que virá com a Biosev no próximo balancete.