Só a tecnologia não vai resolver os problemas de marketing de uma empresa
Por Cezar Augusto Gehm Filho*
Todos os empreendedores e líderes têm acompanhado a velocidade de como as tecnologias no marketing estão mudando. O relatório anual Martech Landscape mostra que, desde 2011, o número de ferramentas digitais para processos de marketing avançou de 150 para mais de 10 mil. E sinaliza para um crescimento vertiginoso nos próximos anos.
Diante de tantas opções, surge uma dúvida: qual a melhor para a operação de uma empresa? Como consequência, essa indecisão retarda o timing para implementação das estratégias corporativas.
E há um fato complicador: as novas gerações de profissionais de marketing estão entrando no mercado de trabalho com muita teoria consumida na internet e disponibilizada pelos “gurus” — e pouco conhecimento prático. Em sua grande maioria, acham que as soluções para os problemas estão nas ferramentas tecnológicas.
A falta de conhecimento prático leva a desenhos de processos falhos. E isso por uma infinidade de motivos, que vão da falta de experiência ao excesso de complexidade.
Nesse cenário, milhares de empresas estão fazendo investimentos gigantescos nas novas mídias, puxados principalmente por ads e social media. O objetivo principal? Atrair novos consumidores para seus produtos, na expectativa de expandir seus negócios na vibe do growth e da escala.
É bastante comum: todo esse esforço em contratar profissionais (aliás, hoje em dia, é uma grande dificuldade separar o joio do trigo), desenhar estratégias, implementar ferramentas (e fazer elas conversarem entre si), treinar equipes, gerar resultados e analisar não retorna o investimento esperado. Além, é claro, do tempo desperdiçado.
Muitos encantados pela promessa de resultados rápidos caíram na fantasia de que é só fazer marketing digital que seus negócios vão bombar. Ocorre que eles ainda não têm cultura digital, não possuem um pensamento claro de como funciona esse território e terceirizaram isso com os ditos “especialistas”.
O fato é que saber operar ferramentas digitais não torna determinado profissional um bom gerador de resultados.
Para onde olhar?
Considerando tudo isso, para onde os empreendedores e os líderes devem olhar? O primeiro ponto é não esquecer de que os consumidores, muito além de usuários que estão do outro lado da tela, são pessoas. A partir daí, deve-se descrever um perfil de indivíduos, através de poucos atributos e chamá-los de “persona”, sem muito embasamento, cria diversas miopias no marketing.
Essas miopias são os principais desafios que nós temos de resolver com urgência. As pessoas não aguentam mais tanto conteúdo raso, sem sentido, sendo jogado na sua frente.
Conteúdo que, resumidamente, não resolve seus problemas. É necessária uma abordagem mais humana no marketing. E só a partir dessa perspectiva aplicar processos e tecnologias.
É hora de voltar às origens. Conversar com os clientes pessoalmente (ou por telefone ou por vídeo) pode ajudar a obter novos insights que não são coletados por tecnologia e não geram dados de análise. Dessa forma, é possível ampliar a visão do que está acontecendo com quem já é seu cliente e, possivelmente, com o mercado endereçado. Ou seja, é preciso colocar as pessoas em primeiro lugar.
Siga o Money Times no Facebook!
Conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Clique aqui e comece a seguir a página do Money Times no Facebook!