Inflação

Só a Selic a 13,50% é capaz de segurar a inflação em 2022, prevê o mercado

17 mar 2022, 13:50 - atualizado em 17 mar 2022, 15:49
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Mercado já precifica uma Selic em torno de 13,50% no fim do ciclo (Imagem: Mehaniq)

O aumento em um ponto percentual da taxa básica de juros (Selic) seguiu a expectativa do Banco Central (BC), que destacou inflação persistente, porém em uma magnitude menor, afirma o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.

Segundo o economista, no último reajuste, houve uma redução do ritmo de alta dos juros básicos.

Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic de 10,75% para 11,75% ao ano, na quarta-feira (16) — registrando o nono aumento desde março do ano passado.

Bertotti acredita que a piora expressiva dos balanços de riscos para inflação pode influenciar os novos rumos da política monetária.

Meses desafiadores para a economia

O economista-chefe da Messem Investimentos ressalta que o IPCA de fevereiro registrou a maior alta para o mês em sete anos, de 1,01%, acumulando na base anual de 10,54%.

O comunicado do Copom indica que os cenários atuais, com taxa básica de 12,75% ao final do ciclo, garantiriam a convergência da inflação para a meta.

No entanto, Bertotti reforça que o mercado já precifica uma Selic mais alta no fim do ciclo do aperto, com apostas em torno de 13,50%.

Bertotti lembra que, na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que reduziriam o ritmo de alta da Selic porque as elevações mais recentes ainda estavam sendo sentidas pelo mercado.

Mas a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a influenciar a inflação brasileira, por meio do recente aumento dos combustíveis.

“Considerando o agravamento do cenário inflacionário global, com impulso do aumento dos preços dos combustíveis e a guerra na Ucrânia, os próximos meses serão desafiadores para economia brasileira, podendo refletir em uma nova disparada do IPCA e novos rumos em relação a deter condução da política monetária”, diz o especialista.

Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%.

Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

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