SMTO3, JALL3 e RAIZ4 sobem na B3 por incêndio em canaviais e preocupação para safra; açúcar avança 3%

Os incêndios nos canaviais trazem um fator da alta nos preços; ainda é incerto o tamanho dos impactos na safra atual e no próximo ciclo

Desde o fim da semana passada, alguns canaviais de São Paulo foram atingidos por incêndios, o que tem gerado preocupações sobre a safra 2024/2025 de açúcar do Centro-Sul.

Os preços futuros do açúcar com vencimento para outubro (Intercontinental Exchange US) fecharam com alta de 3,48%, em R$ 0,1903.

Já as ações das empresas de sucroenergia da Bolsa como a São Martinho (SMTO3), Jalles (JALL3) e Raízen (RAIZ4) fecharam com altas de 3,58%, 2,64% e 0,92%, respectivamente. A SMTO3 esteve entre os destaques do Ibovespa, atrás apenas de PETR3 e PETR4.

De acordo com Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, explica que os especuladores estavam confortáveis no posicionamento vendido, mas o patamar abaixo de US$ 0,18 era bastante sensível, com uma possível volta de ímpeto comprador caso houvesse algum fator altista.

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“A notícia das queimadas certamente traz esse fator de alta. Ainda é incerto o tamanho dos impactos na safra atual e no desenvolvimento do ciclo 2024/2025, mas a gente já vê algumas usinas se pronunciando com preocupação. É possível, sim, que haja impactos, e por isso essa alta”, explica.

Perguntado se a alta do petróleo brent (outubro/2024), que fechou com avanço de 3,04%, em US$ 81,43, em meio a escalada dos conflitos no Oriente Médio, influenciava os preços do açúcar, o analista disse que os efeitos na commodity podem ser apenas macroeconômicos, já que pelo lado do etanol ainda existe uma margem de preço significativa favorecendo o açúcar. “Isso torna muito baixa a influência do petróleo nos preços hoje, assim como pelo fim da PPI da Petrobras (PETR4)”.

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Na semana passada, um incêndio de grandes proporções atingiu um canavial próximo da usina Santa Elisa, da Raízen (RAIZ4), em Sertãozinho (SP), importante polo produtor de cana-de-açúcar do Brasil, obrigando a companhia a paralisar as operações.

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Em entrevista à rádio CBN, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, anunciou R$ 100 milhões em subvenção para seguro rural para auxiliar o agronegócio afetado pelos incêndios no interior do estado. Segundo ele, mais de 20 mil hectares de lavouras paulistas já foram consumidas pelo fogo, com efeitos negativos principalmente para áreas de Ribeirão Preto. 

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Régis Chincila, head de research da Terra Investimentos, enxerga a alta para São Martinho atrelada a especulação dos investidores sobre o impacto das queimadas no interior de São Paulo sobre a produção da empresa.

Embora ainda seja cedo para determinar os efeitos exatos desses incêndios, as expectativas são de que os preços do açúcar e do etanol possam subir como resultado.

“A empresa tem demonstrado sólidos resultados financeiros, impulsionados pelos preços internacionais do açúcar. O Retorno Sobre o Patrimônio (ROE) alcançou 21% nos últimos 12 meses, e a rentabilidade por proventos está em 4,1% no mesmo período. No momento, a ação está sendo negociada a uma relação EV/Ebitda de 5,0, o que é considerado um patamar atrativo. Temos uma recomendação neutra para ação e preço-alvo de R$ 33 para os próximos 12 meses (potencial de alta de 7,25%)”, diz Chinchila