Smiles toma prejuízo de R$ 400 mil no 2° trimestre, mas dados de julho sinalizam melhora
O setor de turismo, sem sombra de dúvidas, foi um dos mais abalados pelos impactos do coronavírus e a Smiles (SMLS3), companhia que administra o sistema de milhas da Gol (GOLL4) e aéreas parceiras, não foi uma exceção.
A empresa reportou no 2° trimestre de 2020 um prejuízo líquido de R$ 400 mil. Se comparado ao mesmo período do ano passado, observa-se um tombo de 100,3%, quando a companhia havia tido um lucro de R$ 155,7 milhões.
No 1° trimestre, a Smiles ainda havia obtido um lucro de R$ 56,3 milhões, mas com agravamento da pandemia no Brasil nos meses seguintes, a empresa teve de se ajustar ao “ao novo normal”.
Segundo os dados divulgados, a receita líquida mingou para R$ 56,5 milhões, de R$ 278 milhões no ano anterior, o que corresponde a baixa de 79,6%.
O Ebitda, índice de referência para acompanhar a atividade operacional, teve uma contração de 107% em relação à marca obtida no 1° trimestre, ao totalizar um saldo negativo de R$ 6,2 milhões e um positivo de R$ 86 milhões, respectivamente.
A mensagem da administração enfatiza a resiliência da companhia em meio a um cenário tão desafiador. “Viajar significa ter mobilidade, contar com a liberdade de ir a qualquer lugar, em qualquer tempo. O novo coronavírus tornou isso, temporariamente, mais difícil”, nas palavras da equipe.
Dados de julho prenunciam retomada
Simultaneamente à divulgação do balanço do 2° trimestre, a Smiles revela os números parciais de suas operações no mês de julho. A comparação dos números se dá com o mesmo mês em 2019.
Segundo a empresa, em julho, a venda bruta de bilhetes correspondeu a 57% do registrado no mesmo mês do ano passado. Trata-se de um crescimento de 35 pontos percentuais (p.p.) sobre o segundo trimestre, quando a venda ficou em 22% do equivalente a igual período de 2019.
Já o faturamento total da Smiles, em julho, alcançou 56% de 12 meses atrás. O desempenho representa um avanço de 10 p.p. sobre o segundo trimestre, em que a Smiles faturou apenas 46% do obtido no mesmo período de 2019.
Acordo de R$ 1,2 bilhão com a Gol
O conselho de administração da Smiles(SMLS3) aprovou a convocação de uma assembleia geral extraordinária de acionistas a ser realizada em 20 de agosto.
Trata-se de uma pequena vitória dos acionistas minoritários, que questionam a última transação da empresa com a sua controladora, a Gol (GOLL4).
Os minoritários contestam os termos da venda antecipada de passagens pela Smiles à Gol, realizada no mês passado.
O negócio foi fechado por R$ 1,2 bilhão, mas os minoritários desejam anulá-lo, alegando que os diretores da Smiles excederam seu poder e celebraram um contrato injusto (não comutativo e não equitativo).
Por isso, esse grupo de acionistas exige que a Gol indenize a empresa de programas de fidelidade em R$ 426 milhões.
A companhia aérea também deveria ressarcir a Smiles em R$ 15 milhões pelas despesas com a assessoria financeira e jurídica referente à reorganização societária.