Smiles afirma que negócio com a Gol gera retorno de 8,3% ao ano
A Smiles (SMLS3) divulgou novas informações sobre a operação com a Gol (GOLL4) que é contestada pelos acionistas minoritários. Em um comunicado de seis páginas, divulgado nesta quarta-feira (15), a empresa detalha as vantagens que enxerga no negócio. O principal deles é o retorno de 8,3% ao ano, estimado pela companhia.
No centro da polêmica, está a compra antecipada, pela Smiles, de passagens aéreas da Gol, sua controladora, somando R$ 1,2 bilhão. Os minoritários afirmam que o contrato lesa a operadora de programas de fidelidade e exigem que seja cancelado.
Caso contrário, o grupo defende que a Gol indenize a Smiles, e os executivos de ambas sejam processados.
Ontem, os minoritários conseguiram uma pequena vitória: a aprovação, pelo conselho de administração da Smiles, de uma assembleia extraordinária de acionistas, marcada para agosto, em que se discutirá uma eventual ação na Justiça contra a diretoria da Smiles.
Vantagens
No comunicado de hoje, a companhia procura convencer o mercado de que o negócio é vantajoso. O primeiro argumento é que ele gera um valor econômico de R$ 85 milhões para a empresa, calculado a valor presente.
Outro argumento é que, enquanto os recursos não forem efetivamente desembolsados no pagamento das passagens, estarão investidos em aplicações que renderão o equivalente a 115% do CDI.
“Somando-se apenas o valor econômico gerado pelos benefícios comerciais acima quantificados e pela taxa que remunerará o saldo dos créditos, é estimado que a operação gerará um retorno equivalente a 8,3% ao ano, considerando a curva projetada atual do CDI”, afirma o comunicado assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores da Smiles, Hugo Reis de Assumpção.
A polêmica já gerou efeitos concretos sobre as duas companhias. Ontem, as ações de ambas encerraram o pregão com forte queda, enquanto a Guide Investimentos alertava para os riscos para a Gol de uma eventual quebra de contrato.
Veja a íntegra do comunicado.