Small caps para janeiro: Ágora faz trocas para se proteger; uma ação do portfólio pode disparar 80%
O cenário mudou, e para pior, o que obrigou a Ágora Investimentos a ‘mexer os pauzinhos’ para acrescentar dose de proteção até mesmo em sua carteira de small caps, que são ações naturalmente mais expostas aos riscos.
Para janeiro, deixaram o portfólio EcoRodovias (ECOR3), MRV(MRVE3) e Iguatemi (IGTI11) para a entrada PetroReconcavo (RECV3), Allos (ALOS3) e da Iochpe-Maxion (MYPK3).
Mas se a Ágora quer se proteger do risco doméstico, por que colocou uma operadora de shopping, setor que está mais exposto à alta dos juros?
Segundo a corretora, se trata de uma troca tática. Ou seja, Allos está mais barata e vale mais o risco do que a Iguatemi.
“O setor continua operando de maneira saudável, de forma que acreditamos ser uma clara situação na qual as questões econômicas negligenciam o ambiente propício para os negócios”, diz.
Para os analistas, mesmo que a tese de enxugamento do portfólio da Allos perca força com a pancada dos juros, a empresa está menos endividada que a sua concorrente (1,4x relação dívida líquida/Ebitda contra 2x dos seus pares).
Além disso, a empresa poderá ainda anunciar dividendos e recompra de ações.
Outras trocas
Além da Allos, a corretora diz que a PetroReconcavo teve resultado operacional melhor que o estimado. Mas o destaque positivo mesmo foi o anúncio dos dividendos, chegando a um dividend yield (retorno via dividendos) na casa de 16% no ano de 2024.
“Em nossa visão, este nível de dividendo é relevante, colocando a tese da companhia em um nível similar aos dividendos da Petrobras (PETR4), o que é algo positivo, especialmente em um contexto de maior volatilidade no mercado de ações no Brasil”.
No caso da Iochpe-Maxion, a Ágora diz que não é novidade que a ação já está com um descontão.
No entanto, com a estimativa de quase R$ 500 milhões em geração de caixa para 2025 e uma expansão da margem Ebitda de mais de 1 ponto percentual, a empresa pode desalavancar para 2,1x a relação Dívida Líquida/Ebitda, de 2,6x no terceiro trimestre.
“Supondo que as ações continuem sendo negociadas no atual múltiplo, a desalavancagem por si só pode levar a uma alta de quase 75% na cotação das ações. Além disso, acreditamos que a Iochpe-Maxion ainda pode surpreender positivamente no segundo semestre de 2025 e 2026, à medida que aumenta a operação da fábrica de rodas de alumínio”, afirma.
Esticada de 80%
Entre os papéis com maior potencial de alta está a Vivara (VIVA3). Com preço-alvo de R$ 35, a empresa pode disparar 81% sob os preços do último fechamento.
Segundo os analistas, no terceiro trimestre a receita respondeu bem à nova abordagem de alocação de estoque, acelerando o crescimento para acima de 20% pela primeira vez no ano.
Enquanto isso, a extrema reformulação na estrutura corporativa da nova gestão da empresa (em seu segundo trimestre de mandato) continuou a dar suporte à expansão da margem EBITDA.
“Ainda acreditamos que é muito cedo para assumir que as recentes mudanças drásticas na administração da companhia não terão efeitos colaterais negativos em seus fundamentos no longo prazo, mas os impactos vistos no segundo trimestre e terceiro trimestre devem continuar a sustentar o bom momento de curto prazo e o crescimento dos lucros”.
Em dezembro, a carteira caiu 12,5%. No acumulado do ano, a queda é de 32%.
Veja o portfólio:
Empresa | Ticker | Preço-alvo | Potencial |
---|---|---|---|
Allos | ALOS3 | R$ 28 | 54% |
Dexco | DXCO3 | R$ 9 | 48% |
Iochpe-Maxion | MYPK3 | R$ 17 | 49% |
PetroReconcavo | RECV3 | R$ 28 | 77% |
Vivara | VIVA3 | R$ 35 | 81% |