SLCE3, TTEN3 e SOJA3: A tese do agronegócio para ter na carteira em 2025
SLC Agricola (SLCE3), 3tentos (TTEN3) e Boa Safra (SOJA3) apresentaram cenários distintos em 2024, principalmente no que se refere ao desempenho das ações.
Enquanto a SLCE3 cresceu 0,33% no acumulado do ano até a última sexta-feira (20), a TTEN3 acumulou um avanço de 29,15% e SOJA3 teve uma forte queda de 32,51%.
O ano foi marcado por desafios dentro do agronegócio, em um 2024 marcado por margens comprimidas para commodities agrícolas como soja e milho, além de problemas climáticos.
Nesta semana, em relatório de perspectivas para 2025, o Santander reforçou que a SLCE3 superou TTEN3 como sua top pick (ação favorita) no agronegócio, com o banco mantendo sua tese de uma curta duração de fluxo de caixa livre em meio às altas taxas de juros no Brasil, com a depreciação do real impulsionando os resultados da empresa.
Apesar disso, o Santander mantém uma perspectiva animadora para TTEN3 (compra e preço-alvo de R$ 17 para R$ 19) em 2025 e reforçou sua recomendação de compra para Boa Safra (SOJA3) (preço-alvo saindo de R$ 18 para R$ 15).
O banco vê SOJA3 como uma small cap atrativa para o segundo semestre de 2025, se a forte temporada de colheita de soja atingir seu potencial máximo. Na nossa carteira de dezembro, a SLC contou com duas indicações entre 24 analistas, enquanto TTEN3 teve 1 e SOJA3 nenhuma.
SLCE3, TTEN3 e SOJA3: O que dizem as empresas do agronegócio?
Em entrevista ao Money Times após os resultados do 3T24, o CFO da SLC, Ivo Brum, disse que a companhia teve uma perda de R$ 500 milhões em 2024, mas que espera uma recuperação já no 1T25. Em relatório recente, a XP disse que a ação deve se beneficiar um dólar mais elevado.
“Perdemos 17% de soja, com isso, deixamos de fazer uma receita de R$ 500 milhões no curto prazo, um caixa direto. No ano que vem, devemos ter uma colheita muito positiva, e se a gente produzir bem soja no 1T25, vamos reverter aquela perde de R$ 500 milhões“, apontou Brum.
Já o CEO da Boa Safra, também em conversa ao Money Times, reforçou que o foco da empresa no próximo deve ficar por compras para aumentar o volume de produção da companhia. Em 2024, o momento de crédito do setor e a questões climáticas foram obstáculos.
“Tem muito oferta, mas é lógico que estamos sendo muito diligentes, já que o dinheiro tem ficado muito caro no Brasil. Temos a opção de fazer uma grande aquisição ou várias compras médias. Mas tem de ser uma ótima oportunidade, temos um mercado com juros caros e problemas de RJ no setor, então precisamos ser cautelosos”, vê Marino Colpo.
A 3tentos, por sua vez, mira suas atenções para o recente investimentos da companhia no Vale do Araguaia, que deve ultrapassar R$ 2 bilhões até 2030. A 3tentos afirma que acrescentou um potencial imediato de R$ 16,4 bilhões no mercado de insumos da região