SLC Agrícola (SLCE3): XP eleva estimativas com real mais fraco, mas descarta entrada na ação
A XP Investimentos elevou sua estimativas de Ebitda ajustado em 32% (12% acima do consenso) e lucro líquido em 39% para SLC Agricola (SLCE3) (5% acima do consenso) para o ano de 2025. Os resultados seriam impulsionados pela desvalorização do real, o que aumenta a rentabilidade dos agricultores.
Apesar disso, o banco não alimenta um sentimento otimista para a ação, já que, mesmo acreditando que o fundo para os preços das commodities tenha ficado para trás (US$ 9,47/sc em 19 de dezembro para soja), o valuation continua pouco atraente.
Assim, os analistas optaram por uma recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 19,20 e potencial de alta de 6,02% para ação.
“Projetamos que a empresa negocie a 5,0x EV/Ebitda e um FCF yield de 5,6% para 2025 – um yield moderado, uma vez que incorporamos investimentos mais altos relacionados a aquisições recentes. Para 2026, mesmo não considerando o Capex relacionado à nossa estimativa de crescimento de área (35 mil hectares por ano), ainda não vemos o valuation melhorando de forma significativa, já que projetamos um EV/Ebida de 5,0x e um FCF yield de 9,4%”, explicam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
Nesta quinta-feira (23), as ações SLCE3 subiram 0,67%, a R$ 18,12.
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SLCE3: preços das commodities vão se manter baixos com safras recordes
Por outro lado, uma vez que o ciclo inverta — algo que a XP enxerga que só deve acontecer se houver falhas de safra no Brasil, Argentina ou EUA —, os analistas veem a SLC Agrícola bem posicionada para gerar valor para os acionistas e distribuir dividendos após as recentes expansões de área.
“No entanto, não vemos isso como um ponto de entrada ainda, uma vez que os preços estruturalmente mais baixos dos grãos limitam o apelo de valuation e os potenciais catalisadores de curto prazo”.
Ainda assim, os preços dos grãos apresentam algumas possibilidades de prêmios em virtude das preocupações com fluxos de curto prazo, especialmente considerando a possível implementação de tarifas comerciais dos EUA para a China, ondas de calor na Argentina, rumores sobre o atraso na colheita da soja no Brasil e falta de clareza sobre os rendimentos da segunda safra de milho.
No geral, a XP reforça sua visão estrutural sobre os grãos e acredita que o Brasil está preparado para colher safras recordes tanto de soja quanto de milho, caso o clima se normalize.