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SLC Agrícola (SLCE3): JP Morgan rebaixa ação e preço-alvo por ‘falta de catalisadores e valuation apertado’; confira

30 set 2024, 12:13 - atualizado em 30 set 2024, 12:13

JP Morgan rebaixou a ação da  SLC Agricola (SLCE3) de compra para neutra, com o preço-alvo para o fim de 2025 saindo de R$ 26 para R$ 23 (potencial de alta de 26,58%), após o forte desempenho das ações na última sexta (27), que fecharam com alta de 5,84%, em reação a divulgação do guidance para 2024/2025.

“Apesar da expectativa de uma safra significativamente melhor em 2025, com um aumento esperado do Ebitda de 20% ano a ano, acreditamos que as avaliações atuais são justas, negociando a 5,3x Ebitda de 2025E e um rendimento FCF de 5,9%”, veem Lucas Ferreira e Larissa Perez.

Como a maioria dos agricultores no Brasil, espera-se que a SLC enfrente um ano de margens apertadas pela frente, com riscos climáticos ainda presentes enquanto aguardamos as chuvas previstas para outubro e novembro, destaca.

Segundo os analistas, um potencial de alta para ação viria de melhores preços de commodities, principalmente para o algodão, o que não projetam neste momento.

Ainda que o JP Morgan aprecie a forte execução, estratégia de crescimento e gerenciamento de risco da SLC Agrícola, o banco acredita que esses pontos fortes já estão amplamente refletidos no preço atual das ações.

Com isso, o banco reduziu sua estimativa de Ebitda para 2025 em 6%, para R$ 2.618 bilhões (8% acima do consenso da Bloomberg), à medida que incorporam estimativas de preços mais baixos para a soja.

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O guidance de SLCE3 para safra 2024/2025

Na noite de quinta (26), a SLC divulgou seu guidance para 2024/2025, em que projetou uma área plantada com 736,9 mil hectares, com crescimento de 11,4% em relação à safra 2024/2025.

Segundo o JP Morgan, espera-se que os rendimentos do algodão aumentem 3% ano ano, o que, embora positivo, ficaria ligeiramente abaixo das estimativas anteriores do banco.



“No entanto, isso é mais do que compensado pela perspectiva positiva para os rendimentos da soja, que devem aumentar em 13% anualmente, impulsionados por condições climáticas mais favoráveis ​​e excedendo significativamente nossas estimativas anteriores. Além disso, os custos médios por hectare devem diminuir em 5% ano a ano em reais”, explicam.

Quanto aos dividendos, os analistas acreditam que a perspectiva de pagamentos parece menos atraente neste momento, já que pelo mercado de terras aquecido no Brasil, não seria irracional para a SLC priorizar o capex de expansão em vez de pagamentos de dividendos e recompras de ações no curto prazo.