SLC Agrícola (SLCE3): BofA corta preço-alvo para R$ 54, mas ainda vê atratividade na ação
O Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo da ação da SLC Agrícola (SLCE3), de R$ 60 para R$ 54, devido a um custo de capital maior e menores yields na safra 2021/22.
No entanto, a recomendação de compra foi mantida, apoiada na relação risco-retorno atrativa.
Além disso, apesar dos ventos contrários no curto prazo em razão das condições climáticas, o BofA tem expectativa de resultados fortes para 2022 e 2023 por conta dos preços elevados das commodities, e a companhia ainda é a melhor quando o assunto é controle de custos.
O banco participou do Farm Day, evento realizado pela SLC para discutir sobre as estratégias da companhia e suas novas estimativas operacionais. As informações fornecidas reforçaram a leitura do BofA sobre o modelo de negócios da empresa.
O BofA destaca o uso do caixa robusto para investir em maquinarias e ferramentas melhores que devem suportar crescimento de yield e mitigação de custos, além dos esforços de digitalização que ajudarão na redução de consumo de combustíveis.
“Ao mesmo tempo, a SLC está investindo em ESG (sigla em inglês para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa) ao usar insumos biológicos, reduzindo o uso de químicos”, acrescenta.
Revisão de guidance
No evento, a SLC revisou para baixo suas projeções de yield da safra 2021/22. Devido ao tempo seco no Mato Grosso e na Bahia, a companhia diminuiu suas expectativas de produtividade de algodão e milho.
Para algodão, os yields da primeira e segunda safra foram reduzidos em 6% e 14%, respectivamente, em relação ao guidance anterior (para 1.692 kg/ha e 1.404 kg/ha), enquanto as projeções para a segunda safra do milho foram reduzidas em 8% (para 6.606 kg/ha).
Segundo o BTG Pactual (BPAC11), os preços menores das commodities para o segundo semestre de 2022 trazem um sentimento negativo em relação à safra 2021/22. O banco destaca, no entanto, que a SLC possui hedge para o ano (cerca de 83% para soja e algodão), além de que uma possível redução nos custos de produção pode compensar parte da queda nos yields.
Além do guidance, a SLC divulgou a avaliação atualizada de seu portfólio de terras agrícolas, com uma revisão de alta de 35% na comparação ano a ano, para R$ 9,35 bilhões.
Pelos números do BTG, isso coloca as ações da SLC sendo negociadas a 1,1 vez P/NAV (preço sobre valor líquido do ativo), aproximadamente o mesmo múltiplo após a revisão do ano passado.
“Com aproximadamente dois terços da área plantada da SLC sendo arrendada e, portanto, não contabilizada no cálculo do NAV, o múltiplo de 1,1 vez implica praticamente em nenhuma criação de valor do negócio agrícola, o que nos parece muito conservador”, comenta o banco.
O BTG tem recomendação de compra para a SLC, com preço-alvo de R$ 68. Segundo o banco, o modelo de negócios da companhia, somado a preços e fundamentos favoráveis das commodities, um real mais fraco e forte expansão da área plantada são fatores que “levam a empresa a níveis substancialmente mais altos de retorno do que os históricos”.
O BTG destaca que, embora possa haver espaço para uma revisão para baixo dos lucros no curto prazo, as ações são atualmente negociadas cerca de 19% abaixo do histórico com base no EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), mesmo sob preços normalizados de commodities no longo prazo.
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