Situação financeira do brasileiro piora no primeiro semestre, aponta estudo
O primeiro semestre de 2022 foi difícil para a situação financeira do brasileiro, com 58% das pessoas tendo mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas, segundo pesquisa da Boa Vista.
A pesquisa Perfil do Consumidor, realizada semestralmente, constatou que 45% dos brasileiros tiveram a percepção de piora na situação financeira em comparação com o segundo semestre de 2021. Outros 26% acreditam que a situação segue igual, enquanto os 29% restantes creem que a situação financeira está melhor em 2022.
A pesquisa ouviu mais de 1.500 consumidores de todo o Brasil.
O estudo identificou ainda que no primeiro semestre deste ano, 72% dos entrevistados sentiram dificuldades em pagar as contas, contra 70% no semestre anterior.
Flávio Calife, economista da Boa Vista, destaca que mesmo com a taxa de desemprego em queda, outros fatores pesam sobre o orçamento dos consumidores. O comprometimento da renda continua sendo alto, assim como a inflação e os juros.
“A taxa de inadimplência das famílias está numa tendência de alta desde o final do ano passado e em 2022 essa tendência ganhou um pouco mais de força. Outros fatores, como a liberação do FGTS e o aumento do Auxílio-Brasil, junto da melhora dos números no mercado de trabalho, podem até suavizar esse movimento de alta, mas não devem ser suficientes para revertê-lo”, comenta Calife.
Aumento das dívidas
O nível de endividamento do consumidor permaneceu inalterado, com 97% dos entrevistados se considerando endividados no primeiro semestre de 2022.
Dos entrevistados, 40% afirmaram que a quantidade de dívidas aumentou. No semestre anterior, 33% tinham essa percepção. 28% dizem que o número de dívidas seguiu igual, contra 24% no segundo semestre de 2021. Por fim, 32% disseram que o número de dívidas diminuiu, contra 43% na última pesquisa.
Um 2023 melhor?
Para 2023, há um otimismo de melhora para a situação financeira do brasileiro. O estudo levantou que 90% dos consumidores disseram esperar melhora em relação às finanças pessoais. No semestre anterior, estes eram 88%.
Apenas 6% opinaram esperar por uma situação igual, e 4% por uma piora.
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