Vacinas

Sinovac tem 1º teste global com início de vacinação na Indonésia

13 jan 2021, 7:37 - atualizado em 13 jan 2021, 7:37
Sinovac
“A vacina é importante para romper a cadeia de transmissão da Covid-19 e para proteger nossa saúde”, disse o presidente após receber a vacina (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

A Indonésia deu início à campanha de vacinação em massa no país com o imunizante fabricado pela Sinovac Biotech, em um grande teste para a vacina desenvolvida na China em meio a dúvidas sobre sua eficácia.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, tomou a vacina em cerimônia televisionada no palácio presidencial em Jacarta na quarta-feira, tornando-se a primeira de 181,5 milhões de pessoas que o governo pretende vacinar até março de 2022.

Vestindo sua típica camisa branca, o presidente teve a pressão arterial medida por médicos antes de receber a injeção.

“A vacina é importante para romper a cadeia de transmissão da Covid-19 e para proteger nossa saúde”, disse o presidente após receber a vacina.

O presidente da Indonésia é o primeiro grande líder mundial a ser vacinado publicamente com um imunizante da China em uma ação destinada a reduzir o ceticismo crescente sobre a vacina.

Dados de eficácia confusos e escassa divulgação sobre questões de segurança poderiam aumentar a resistência contra a vacina.

Outros líderes de governos que transmitiram ao vivo o momento da vacinação, como Benjamin Netanyahu, de Israel, Lee Hsien Loong, de Cingapura, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, foram imunizados com a vacina de mRNA desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

Dados de eficácia confusos e escassa divulgação sobre questões de segurança poderiam aumentar a resistência contra a vacina (Imagem: Reuters/Tingshu Wang)

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que provavelmente tomaria a vacina da chinesa CanSino Biologics em fevereiro, embora os ensaios com este imunizante estejam mais atrasados.

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Primeiro da fila

O presidente indonésio decidiu ser o primeiro da fila para aumentar a confiança da população na vacina, em meio a dados de pesquisa escassos e vários níveis de eficácia divulgados em ensaios clínicos no Brasil e na Turquia.

A Indonésia aprovou o uso emergencial da vacina chinesa na segunda-feira ao dizer que é “amplamente segura” e que atendeu aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde.

O ensaio em Bandung, na Indonésia, mostrou eficácia de 65,3%, enquanto a Turquia divulgou taxa de 91,25%. O grande ensaio no Brasil que, segundo a Sinovac, fornecerá a taxa definitiva, mostrou eficácia geral de 50,38%. Isso porque os participantes do ensaio no Brasil são, em sua maioria, profissionais médicos de alto risco, enquanto outros estudos foram conduzidos principalmente entre a população em geral, disse o CEO da Sinovac, Weidong Yin, em entrevista na quarta-feira em Pequim.

A Sinovac deve responder por cerca de 40% do fornecimento de vacinas na Indonésia, já que a empresa tem parceria com a estatal PT Bio Farma para produzir os imunizantes localmente.

O governo também aposta nas vacinas da Novavax e AstraZeneca ao mesmo tempo em que busca garantir imunizantes por meio da aliança Covax Facility e Pfizer.

A Sinovac deve responder por cerca de 40% do fornecimento de vacinas na Indonésia, já que a empresa tem parceria com a estatal PT Bio Farma para produzir os imunizantes localmente (Imagem: Reprodução /Instituto Butantan)

O país enfrenta a enorme tarefa de inocular dois terços da população de 270 milhões espalhada pelo maior arquipélago do mundo.

O governo vai dar prioridade a 1,5 milhão de profissionais de saúde e 17,4 milhões de funcionários públicos na primeira fase a ser conduzida até abril, seguidos do restante da população.

Para a Sinovac, empresa com sede em Pequim cuja vacina também foi encomendada por Cingapura, Hong Kong e Brasil, uma distribuição bem-sucedida que reduza o número de mortes na Indonésia legitimará o imunizante globalmente.

Também ajudará o presidente Xi Jinping a cumprir a promessa de compartilhar vacinas chinesas com o mundo como um bem público global, na tentativa de restaurar a imagem do gigante asiático depois das críticas pelo atraso na divulgação de informações sobre a Covid-19.