Sindicatos fecham acordo para encerrar greve portuária na Argentina, diz CIARA
As indústrias processadoras de farelo e óleo de soja voltaram à produção nesta quarta-feira, após 20 dias de uma greve trabalhista encerrada na noite anterior, com um novo contrato salarial para o ano que vem, disseram representantes do setor.
O acordo, firmado depois de uma sessão de negociações de mais de 10 horas com o Ministério do Trabalho na terça-feira, inclui um aumento de 25% nos salários em duas partes de janeiro a agosto. Os aumentos para o restante do ano serão determinados pela taxa de inflação.
“Chegamos a um acordo em termos gerais e por isso a greve terminou”, disse um comunicado divulgado nesta quarta-feira pelo sindicato dos trabalhadores de oleaginosas SOEA.
“As atividades estão se normalizando a partir do início do primeiro turno de hoje, e os horários de trabalho em todas as fábricas voltaram ao normal”, acrescentou o sindicato.
Andrés Alcaraz, porta-voz da Câmara da Indústria de Óleo da República Argentina (CIARA), confirmou que as plantas voltaram a funcionar.
A federação argentina de oleaginosas disse em um comunicado na terça-feira que o acordo “significa o triunfo da greve por um salário mínimo que garante uma vida digna para cada trabalhador e suas famílias”.
Os preços futuros da soja cotados na bolsa de Chicago foram afetados pela paralisação. Os trabalhadores entraram em greve por causa de salários que, segundo eles, não os compensavam totalmente pela alta taxa de inflação da Argentina e pelo risco de trabalhar durante a pandemia Covid-19. A Argentina é um grande fornecedor de milho, trigo e soja, e o maior exportador de subprodutos da oleaginosa no mundo.
A greve afetou as operações de gigantes internacionais do agronegócio, como Cargill, Bunge e Louis Dreyfus.
(Atualizada às 13h31)