Internacional

Sindicatos de minas pedem medidas antivírus mais duras no Chile

12 jun 2020, 8:40 - atualizado em 12 jun 2020, 8:40
Bandeira do Chile América Latina
Os sindicatos acusam a gerência de não aumentar o envolvimento de trabalhadores no desenvolvimento e comunicação de protocolos (Imagem: Reuters/Marcos Brindicci)

Sindicatos de minas do Chile planejam pedir ajuda ao governo para melhorar medidas de combate ao coronavírus em meio ao aumento do número de casos entre trabalhadores no maior país produtor de cobre do mundo.

Sete grupos que representam trabalhadores e empresas terceirizadas em algumas das maiores minas de cobre do mundo realizaram videoconferência na quinta-feira para discutir como proceder.

As conclusões ficaram em grande parte em linha com a Federação de Trabalhadores do Cobre que, em comunicado divulgado na quarta-feira, disse que está disposta a colocar trabalhadores em quarentena nas minas operadas pela Codelco, se as medidas de contenção e prevenção não melhorarem.

Primeiro, os líderes sindicais levarão as questões às autoridades trabalhistas, de mineração e de saúde, ao mesmo tempo em que exigem transparência das empresas em relação aos casos de Covid-19.

“Queremos abrir um diálogo com a Codelco, mas conduziremos o assunto por conta própria, se for necessário”, disse por telefone Patricio Elgueta, presidente da Federação, que representa cerca de 14 mil trabalhadores.

As tensões trabalhistas aumentaram após a morte de um trabalhador na mina de Chuquicamata. Até o momento, o Chile conseguiu manter as operações em meio à pandemia adotando medidas de segurança sem interromper a produção.

Mas o setor havia sido beneficiado por baixas taxas da doença na população em geral. Esse não é mais o caso. O Chile agora registra milhares de novos casos diariamente, levando autoridades a aumentarem as restrições.

Chuquicamata registra cerca de sete novos casos por dia, com um total de 87 infecções e 156 casos suspeitos, disse Alberto Muñoz, diretor do Sindicato Nº 1. As operações continuaram sem interrupção com a extensão de turnos e dias úteis.

Os sindicatos acusam a gerência de não aumentar o envolvimento de trabalhadores no desenvolvimento e comunicação de protocolos.

Também estão preocupados com o fato de que turnos mais longos afetem a saúde, exigem isolamento mais rápido de pessoas expostas e, no caso de Codelco, pedem instalações de quarentena separadas para não infectar familiares.

A Codelco não quis comentar sobre a ameaça de interrupção das operações. No final do mês passado, a empresa afirmou ter implementado controles preventivos em Chuquicamata, que permitem detectar e isolar rapidamente trabalhadores doentes e seus contatos.

A maioria das infecções acontecia fora da mina nos períodos de descanso, afirmou a mineradora.

“Há um sério debate sobre se devemos interromper as operações”, disse Ricardo Calderón, que comanda uma federação de supervisores de minas. “São as vidas das pessoas que estão em jogo.”

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