Internacional

Sindicatos aderem a protesto no Chile e ameaçam oferta de cobre

21 out 2019, 16:27 - atualizado em 21 out 2019, 16:27
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O maior porto chileno, San Antonio, também será impactado. Motins, protestos e saques estão ocorrendo em todo o país. Oito pessoas morreram e cerca de 1.500 foram presas. (Imagem: Pixabay)

Os protestos contra o governo no Chile nos últimos três dias se espalharam para o setor de mineração. Sindicatos convocam greves no maior produtor de cobre do mundo.

Trabalhadores de Escondida, a maior mina de cobre do planeta, operada pela BHP, farão uma “paralisação de aviso” por 10 horas a partir do final desta segunda-feira ou da manhã de terça-feira em solidariedade aos manifestantes em todo o país, de acordo com o Sindicato No. 1. A confederação de sindicatos e associações de mineração CTMIN convocou greve geral no setor em 23 de outubro.

A paralisação ameaça interromper o abastecimento do metal. Os portos já foram impactados pelos protestos. Os contratos futuros de cobre atingiram a maior cotação em mais de um mês em Nova York.

“As principais ruas e rodovias próximas a Santiago foram fechadas e interrupções significativas nos portos oferecem suporte de curto prazo aos preços do cobre”, afirmou Colin Hamilton, analista da BMO Capital Markets.

No domingo, a União Portuária do Chile avisou que trabalhadores em 20 portos deixariam seus postos às 10 horas da manhã para aderir a manifestações pacíficas. Alguns dos portos afetados movimentam cobre, incluindo Iquique, Tocopilla, Antofagasta e Ventanas.

A paralisação ameaça interromper o abastecimento do metal (Imagem: Dhiraj Singh/Bloomberg)

O maior porto chileno, San Antonio, também será impactado. Motins, protestos e saques estão ocorrendo em todo o país. Oito pessoas morreram e cerca de 1.500 foram presas.

Em discurso em cadeia nacional na noite de domingo, o presidente Sebastián Piñera elogiou as forças de segurança e comparou os manifestantes a uma organização criminosa. “Estamos em guerra”, disse ele, acrescentando que os manifestantes “representam o mal”.

“A violência é uma via de duas mãos e não se apaga fogo com fogo”, afirmou a CTMIN em comunicado. A confederação de sindicatos de mineradores pede que o governo suspenda o estado de emergência e os toques de recolher. A instituição orientou seus associados a não trabalhar para “proteger suas famílias e demonstrar pacificamente em prol de uma sociedade mais justa”.

Uma onda de incêndios, saques e tumultos paralisou a capital Santiago no fim de semana. Piñera declarou estado de emergência e orientou o Exército a restaurar a ordem.

“Não podemos permanecer indiferentes ao movimento social lá fora”, disse Patricio Tapia, presidente do Sindicato No. 1 em Escondida, em entrevista por telefone na segunda-feira. “Algo está errado com este país e crianças de 14 anos foram as primeiras a dizer isso — agora é a vez dos trabalhadores dizerem que basta. “

Protestos violentos contra o aumento das tarifas de metrô começaram em Santiago na sexta-feira e se espalharam rapidamente para o resto do país. Piñera declarou estado de emergência em algumas partes de Santiago e depois para toda a cidade e outras regiões centrais da nação. Até o momento, o toque de recolher e forças militares patrulhando a capital dia e noite não conseguiram impedir o caos.

A CTMIN inclui a Federação de Sindicatos de Minerais de Antofagasta (FESAM), a Federação de Supervisores de Mineração Privada e a federação de profissionais da Codelco (FESUC). Também assina a declaração a FMC, que inclui sindicatos de Collahuasi, Los Bronces (operada pela Anglo American), Quebrada Blanca (Teck), Los Pelambres e Zaldivar (Antofagasta), El Abra (Freeport) e Spence (BHP).

Não está claro como as paralisações planejadas impactarão a produção e os embarques de cobre no país responsável por cerca de um terço da oferta global do metal.

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