Sinal de recessão? EUA contribui para déficit na balança comercial
Em julho, o saldo da balança comercial foi de US$ 5,4 bilhões – uma queda de US$ 1,9 bilhões em relação ao mesmo mês do ano de 2021, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
No acumulado do ano, o superávit somou US$ 39,9 bilhões, também inferior ao de igual período em 2021, que foi de US$ 44,4 bilhões. Com isso, as projeções de mercado para a balança comercial oscilam entre US$ 58 bilhões e US$ 65 bilhões.
O dado que chama a atenção é o das relações comerciais com os Estados Unidos. No acumulado do ano, as exportações aumentaram 3% e as importações caíram 1,4%. Apesar da alta nas exportações, o valor caiu: -US$ 8,9 bilhões. Trata-se do maior déficit comercial do período.
No acumulado do ano até julho, as exportações aumentaram para todos os mercados, exceto China, que registrou queda de 12,8%.
O maior crescimento foi registrado para América do Sul (exceto Argentina), em 14,3%, seguido da Argentina (13,9%), União Europeia (11,9%) e Estados Unidos (3,0%). Já o crescimento para a Ásia sem a China foi nulo.
As importações caíram nos mercados dos Estados Unidos, Argentina e América do Sul (exceto Argentina) e aumentaram para a China (7,8%), a União Europeia (1,8%) e a Ásia (exceto China e Oriente Médio), em 30,5%.
Ao mesmo tempo, o aumento do preço também desacelerou. O resultado foi um recuo de 4,2% em valor nas exportações para a China em julho e de 0,2% no acumulado do ano.
Isso poderá levar a uma queda nas exportações para a China entre o ano de 2021 e 2022. Um fato inédito, se considerarmos a série iniciada em 2001, quando a China expandiu a sua presença no comércio internacional e para o Brasil.
Produtos
As exportações de commodities voltaram a crescer em volume, o que não ocorria desde março. O aumento foi de 2,3%.
Entre as principais commodities, variações positivas foram registradas em outros produtos agrícolas, exceto carnes e complexo soja (25,9%); petróleo e derivados (16,4%); minério de ferro (5,4%); e carnes (2,1%).
No entanto, no acumulado do ano, o volume exportado caiu 2,6% com queda do minério de ferro e do grupo de petróleo.
As exportações de não-commodities registraram aumento do volume ao longo do ano, crescendo 26% em valor, 7% em volume e 17,4% nos preços.
Já as importações brasileiras estão concentradas em não commodities, totalizando 92% das compras externas do Brasil no acumulado do ano. As importações das commodities registraram aumento de 68,6%, na comparação do acumulado do ano, e de 51,7%, na mensal.
Esses resultados são explicados pelos aumentos nos preços das commodities (66,7%, mensal, e 66,2%, no acumulado do ano até julho), sendo variações superiores aos dos preços das não commodities.
Balança comercial
O volume exportado e o importado aumentaram na comparação do mês de julho de 2021 com julho de 2022. Isso não ocorria desde abril, no caso das exportações. Para as importações, esta é a terceira e a maior variação positiva na comparação interanual mensal entre 2021 e 2022.
No acumulado do ano até julho, o volume exportado aumentou 0,6%; já para as importações, a queda foi de 0,6%.
Significa que o aumento em valor de 20,1% e de 31,6% para as exportações e importações, respectivamente, é explicado pelo aumento nos preços, um resultado que se repetiu, mensalmente, ao longo do ano.
Só em julho, os preços para exportação registraram variação positiva de 13,2%, enquanto o volume cresceu 3,2%. Nas importações, o aumento foi de 27,2% nos preços e de 6,1% no volume.
No acumulado do ano, os preços exportados cresceram 19,2% e o das importações, 32,1%.
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