Sinais de virada do S&P aumentam depois de crash de US$ 13 tri
Todo operador deveria se preparar para mais turbulência no mercado de ações dos EUA, pelo menos a julgar pelos avisos pessimistas dos maiores nomes de Wall Street.
Mas a busca por proteção é cada vez menor, graças a uma liquidação histórica que já apagou US$ 13 trilhões em valor de mercado este ano e espantou os investidores de varejo e institucionais.
No mercado de opções, o custo relativo dos contratos que ganham se o S&P 500 afundar mais 10% caiu para o menor nível desde 2017, e o apetite por apostas otimistas aumenta.
O indicador de volatilidade da Cboe está bem abaixo de suas máximas de vários anos, mesmo com os índices de referência das bolsas americanas perto das mínimas do mercado de baixa.
Tudo isso pode soar estranho, dado que o Federal Reserve ainda está empenhado em implementar aumentos agressivos de juros.
Mas os operadores estão cansados de repetir os mesmos mantras de baixa. As exposições a renda variável já foram reduzidas para mínimas históricos, e a inflação alta e o aperto monetário não são ameaças novas.
“Com tanto ceticismo por aí, talvez as coisas não estejam tão ruins”, disse Gary Bradshaw, gestor da Hodges Capital Management em Dallas.
“Estamos muito perto de ter todos os ventos contrários precificados. A narrativa está ficando repetitiva e operadores estão lentamente se cansando.”
Também parece haver uma predisposição a buscar possíveis ganhos em uma época do ano historicamente forte.
Durante as raras sessões em que o S&P 500 avançou em outubro, ele registrou um ganho médio de 2,4%, um movimento 1,8 vezes maior que o declínio médio deste mês.
É a maior proporção desde outubro de 2019, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Isso não quer dizer que os operadores estão otimistas.
O índice de volatilidade ainda paira perto de 30, o que reflete expectativas de que os preços das ações oscilarão mais do que o normal nesses tempos de incerteza.
No entanto, dada a inflação histórica e a perspectiva para juros, a volatilidade poderia ser muito maior.
O ideia é que, com o posicionamento já bem baixista, diminui a necessidade de proteção.
A exposição a ações de gestores sistemáticos, por exemplo, paira perto de mínimas vistas apenas duas vezes na última década — na crise da dívida europeia e março de 2020, durante a pandemia — de acordo com o Deutsche Bank.
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