Bancos

Silicon Valley encerra operações; substituto brasileiro já captou US$ 100 mi de startups clientes do banco

10 mar 2023, 15:35 - atualizado em 11 mar 2023, 15:50
Silicon Valley Bank
O ocorrido foi motivado pela grande corrida de saques após o banco anunciar perdas expressivas (Imagem: Silicon Valley Bank/Instagram)

O Silicon Valley Bank (SVB Financial Group) em Santa Clara, Califórnia, foi fechado hoje pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia. O órgão regulador recorreu ao Fundo Garantidor de Crédito dos Estados Unidos, a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) para dar seguimento ao processo.

O ocorrido foi motivado pela grande corrida de saques após o banco anunciar perdas expressivas. O Silicon Valley vendeu seus títulos públicos com marcação de mercado muito abaixo do preço de aquisição, o que já indicava problemas financeiros no banco.

Conforme comunicado, a fim de proteger os credores segurados, o FDIC anunciou a criação do “Deposit Insurance National Bank of Santa Clara (DINB)”, voltado a pagar os credores.

No momento do fechamento, o FDIC como recebedor transferiu imediatamente para o DINB todos os depósitos segurados do Silicon Valley Bank, diz comunicado do FIDC à imprensa.

O FDIC ainda anunciou que vai pagar aos depositantes não segurados um dividendo antecipado na próxima semana.

“Os depositantes não segurados receberão um certificado de liquidação pelo valor restante de seus fundos não segurados. Como o FDIC vende os ativos do Silicon Valley Bank, futuros pagamentos de dividendos podem ser feitos a depositantes não segurados”, diz comunicado.

As ações do banco não abriram para negociação nesta sexta-feira (10), mas abriram em pré-mercado recuando 45%. Ontem, os papéis fecharam com queda de 60%.

A FIDC ainda relembra que o Silicon Valley Bank é a primeira instituição segurada pelo FDIC a falir este ano. A última instituição segurada pelo FDIC a fechar foi o Almena State Bank, em 23 de outubro de 2020.

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Um substituto nasce junto ao falecimento do SVB Finance

Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, comenta que o SVB tinha muitos ativos imobilizados, algo que diminuiu a saúde do balanço da empresa.

“Eles precisarem vender esses ativos no prejuízo, mostra uma fragilidade muito grande. Mostra que não estavam com um balanço saudável”, explica em conversa com ao Money Times.

Mesmo que tivessem uma liquidez de cinco ou dez anos, não aguentariam uma corrida de saques generalizada, como foi observado por Brites.

A Trace Finance já oferecia uma alternativa às startups que buscavam um meio mais barato de se bancarizar. O SVB Finance, por sua vez, era o lar de startups brasileiras de tecnologia.

O plano da Trace Finance era de lançar um banco para substituir o Silicon Valley Bank em abril deste ano. O produto da empresa precisou ser adiantado para esta quinta-feira (9).

Ele diz que a demanda agora é alta, mesmo que o momento seja triste, também representa uma oportunidade.

“Existem diversas startups brasileiras com centenas de milhões de dólares com dinheiro preso no Silicon Bank. Nós conseguimos salvar muitas delas, apenas com o Trace conseguimos salvar mais de US$ 100 milhões de startups presas no banco”, revela.

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