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Sidnei Nehme: Perspectivas favoráveis tem suporte e podem se intensificar a partir desta semana

04 nov 2019, 9:57 - atualizado em 04 nov 2019, 9:57
Banco Central
Colunista analisa cenário com divulgação do Boletim Focus  que aponta nesta semana mediana para a projeção do PIB subindo para 0,92% (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Deixando à margem os embates políticos, midiáticos, ideológicos e que tais, e focando tão somente “no que interessa” para o país, o que se observa são sólidas perspectivas que vem se sustentando de forma consistente com visão extremamente positiva em torno do país e seu alinhamento com a retomada da linha de desenvolvimento.

É perceptível que ocorre uma melhora na dinâmica da recuperação, embora ainda lenta, mas na direção correta e elevando intensidade, inclusive gerando empregos, que gera renda e consumo, exaurindo gradualmente a capacidade ociosa ainda presente.

O Boletim Focus aponta nesta semana mediana para a projeção do PIB subindo para 0,92%, mas já há um viés de impulsão para 1,0%. Mantém a projeção para o IPCA ao final do ano em 3,29%, porém ainda é conservador com a projeção do dólar em R$ 4,00, que entendemos tenha grande probabilidade de recuar a R$ 3,80, com a melhora do fluxo cambial para o país, que está readquirindo atratividade de forma geral ao capital estrangeiro.

Esta semana deverá ser marcante para o mercado financeiro e seus ativos de renda variável, Bovespa e dólar, porque há uma pauta de temas relevantes e que devem causar impacto na formação dos preços e tendências.

O IPCA confirma a tendência que dará tranquilidade para o Copom sancionar mais um corte de 0,50% até o final do ano na taxa Selic, o que estimula mais a migração dos investidores para renda variável, porém impondo reflexão quanto aos impactos nos fundos envolvidos como lastro para os financiamentos imobiliários e até para financiamento da dívida pública, de vez que o sistema bancário fica motivado a ocupar novos espaços nos financiamentos de médio/longo prazo ocupando parte do ambiente operacional do BNDES.

Mega-leilão do pré-sal cuja expectativa envolve R$ 106 bilhões pode promover um forte incremento para solução fiscal do governo federal (Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O mega-leilão do pré-sal cuja expectativa envolve R$ 106 bilhões pode promover um forte incremento para solução fiscal do governo federal, mas também, pode promover substantivo volume de ingresso de moeda estrangeira no país com a participação de investidores estrangeiros, a despeito da desistência da francesa Total e da inglesa BP.

Dependendo do resultado os reflexos na formação da taxa de câmbio poderão ser extremamente relevantes, apreciando o real.

O governo federal deverá apresentar ao Congresso as PEC´s envolvendo as reformas do pacto federativo e administrativa de relevante importância, mas que deverão demandar certo espaço de tempo para serem debatidas e aprovadas, mas o fato relevante é a propositura por parte do governo dando sequência às iniciativas fundamentais aguardadas.

A manutenção da dinâmica de ações construtivas é relevante para estimular a retomada da atividade econômica.

No cenário externo o contexto sugere otimismo, o Ministério do Comércio da China afirmou na sexta-feira que as duas maiores economias do mundo chegaram a um “consenso sobre princípios” durante um telefonema “sério e construtivo” entre seus principais negociadores (investing.br) e isto deve impactar nos principais mercados globais, com ênfase no americano.

No nosso entendimento os fluxos cambiais deverão se intensificar para o país neste final do ano e na sequência, tendo em vista que os capitais estrangeiros estão ávidos por boas oportunidades para recuperar rentabilidade num momento em que grande parte das economias prática juro negativo.

O Brasil tem em perspectiva um enorme atrativo de privatizações que devem catalisar forte interesse externo.

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