Sicredi projeta safra de soja do Brasil abaixo da Conab com menor expectativa para RS
O Sicredi, segundo maior financiador do produtor rural brasileiro, avalia que a estimativa de safra de soja do Rio Grande do Sul está ainda superestimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apesar de uma nova redução na previsão da estatal nesta quinta-feira, e por isso projeta uma colheita nacional abaixo de 150 milhões de toneladas.
Para o economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, as previsões oficiais vão convergir para números mais próximos da estimativa da instituição financeira, que tem sua própria equipe para avaliações de safra, à medida que a colheita avança no Estado que está entre os maiores produtores do país.
O Sicredi, que fica apenas atrás do Banco do Brasil entre os maiores financiadores do agronegócio, com uma oferta de 50 bilhões de reais para a temporada 2022/23, estima a produção brasileira da oleaginosa em 147 milhões de toneladas, enquanto a Conab vê a colheita nacional em 151,4 milhões de toneladas.
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A Conab reduziu nesta quinta-feira a safra gaúcha de 18,9 milhões de toneladas na previsão de fevereiro para cerca de 15,2 milhões de toneladas, mas o Sicredi projeta 12 milhões de toneladas de soja para o Rio Grande do Sul em 2022/23, o que faz diferença no total do país.
A projeção da instituição é ainda inferior à da Emater-RS, que nesta semana estimou 14,17 milhões de toneladas.
“A Conab reviu para baixo a produtividade, de 48,3 para 38,6 sacas por hectare no Rio Grande do Sul. Mas estamos vendo essa produtividade em 30,8 sacas, quebra de quase 45%”, disse Nunes, à Reuters.
“Então este dado está convergindo ao longo do tempo, a gente já vinha estimando uma safra menor desde dezembro”, acrescentou ele.
Ele lembrou que havia preocupações sobre a safra do Centro-Oeste, Sudeste e mesmo no Paraná, mas as indicações são de que essas áreas terão boas produtividades, compensando parte dos problemas no Rio Grande do Sul.
Nunes ressaltou também que, apesar da quebra em relação ao potencial produtivo, o Rio Grande do Sul ainda vai colher uma safra maior do que ano passado, quando os efeitos da seca foram mais desastrosos.