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Shows da Time for Fun estão em xeque por coronavírus

13 mar 2020, 10:50 - atualizado em 13 mar 2020, 11:06
lollapalooza brasil 2019
O Lollapalooza Brasil, um dos principais shows anuais organizados pela empresa, foi adiado para o segundo semestre (Imagem: YouTube/LollapaloozaBR)

O ano de 2019 foi desafiador para o mercado do entretenimento, em especial para a Time for Fun (SHOW3). Embora a empresa tenha reduzido o prejuízo nos últimos três meses do ano passado, o valor passou de R$ 10,6 milhões positivos em 2018 para R$ 71,8 milhões negativos em 2019.

A receita líquida da empresa caiu 62% na base trimestral, de R$ 223,7 milhões para R$ 86,1 milhões. Na análise dos 12 meses, a variação negativa foi de 34%, com o volume atingindo R$ 393,7 milhões.

O Ebitda subiu mais de 500% no trimestre, mas reverteu o valor positivo de R$ 37,4 milhões no acumulado e encerrou em R$ 22 milhões negativos.

“A companhia culpou os eventos sociais, políticos e econômicos, que pesaram a indústria do entretenimento, pelos resultados desapontadores”, destacaram Carlos Sequeira e Osni Carfi, analistas do BTG Pactual (BPAC11).

No Brasil, as mudanças da lei Rouanet e a baixa da atividade econômica influenciaram os dados da companhia. A Argentina, pela gravidade de sua crise, e o Chile, que foi tomado por uma onda de protestos, também tornaram o ano mais árduo.

Esses e outros fatores levaram a uma retração de 39% no número de ingressos vendidos em todo o ano, de 1,8 milhão para 1,1 milhão.

Eventos em xeque?

O BTG enxerga mais agravantes para a Time for Fun em 2020 conforme o coronavírus ganha força.

O Lollapalooza Brasil, um dos principais shows anuais organizados pela empresa, foi adiado para o segundo semestre. O evento deste ano conta com quase 70 atrações da cultura alternativa, dentre elas Guns n’ Roses, Travis Scott, The Strokes e Lana del Rey.

A Time for Fun também tem preparado para julho dois shows da Taylor Swift, maior cantora pop da atualidade, no Allianz Parque.

“Ainda que esses eventos estejam planejados e os ingressos tenham sido vendidos, eles podem não acontecer por conta da doença”, comentaram Sequeira e Carfi.

Os analistas afirmaram que a pouca visibilidade sobre o impacto do coronavírus nos negócios da Time for Fun pode prevenir a ação de ser reavaliada no meio prazo.

Ademais, a recomendação atual do banco para o papel é de compra, com preço-alvo de R$ 11.

Veja abaixo a íntegra do resultado trimestral divulgado pela companhia: